sábado, 26 de março de 2011

Quando Deus nos permite ver, mas não nos permite entrar na terra prometida!




Dt 34:4- Esta é a terra que prometi, eu te faço vê-la com os próprios olhos; porém não irás para lá.

Não consigo imaginar quão peculiar fora este momento na vida de Moisés. Não apenas o único, mas o ultimo momento, as experiências finais deste homem de Deus, que tanto já contribuíram para sermões, que já ministraram tanto em nossas vidas.

Um pouco alheios a tudo que conhecemos e já ouvimos sobre a morte de Moisés, sobre o que fez com que ele não colocasse os pés na terra prometida, fico imaginando quantos de nós somos chamados para uma experiência semelhante, em esferas diferentes, mas semelhantes.

Imagine-se sendo chamado, depois de uma tarde de árduo trabalho, depois de passar o dia resolvendo problemas e conflitos, de mediar entre patrões e funcionários, decidir, escolher por caminhos decisivos para a “empresa”, depois de um dia de extrema importância para as conquistas dos alvos, das metas, após uma vasta relação de eventos, com a maioria solucionados e na grande parte, bem sucedido, você é chamado para uma reunião, talvez, uma conversa aparentemente rotineira com o Todo-Poderoso, dono e investidor da empresa.

Prontamente você responde ao superior e coloca-se para ouví-lo, afinal, diante de um momento como este, de um passo para a consquista, são necessárias e bem-vindas novas orientações da chefia.

Porém, a conversa começa de maneira informal, logo, o nervosismo de não saber do que se trata inunda sorrateiramente seu coração, que bate aceleradamente embalado pela ansiedade do que está por vir.

E as palavras mais temidas são anunciadas:

“Bem, conquistamos as metas, todos os nossos alvos. A empresa vai muito bem, alcançamos tudo que almejamos, agora só nos resta desfrutar, porém, não estará mais conosco, acho que não há mais necessidade de seus serviços e para este grande passo e conquista, para este território e nova etapa, não contaremos mais com você! Veja, faremos isso, chegaremos alí, nos tornaremos ainda maiores, apenas veja, estes são os novos rumos, mas, não irá participar, este é o plano, mas você está fora, sinto muito!”  

Sim, com certeza não existiria mais chão para seus pés, seu coração, provavelmente teria parado de bater, e tudo, até mesmo o todo-poderoso, teria desaparecido diante dos seus olhos.

Imaginações à parte, olhe mais profundamene para situação de Moisés. Depois de toda sua trajetória liderando o povo, mediando, trabalhando para que pudessem chegar ao lugar prometido por Deus, à beira da conquista, às portas da terra, é chamado para ouvir que não entraria nela, que não participaria da conquista, para Moisés, não  haveria chegada!

Fico pensando quantas vezes passamos e como lidamos com experiências como esta. Momentos em que Deus nos permite ver, mas não nos deixa entrar na terra prometida!

Existem momentos em nossa vidas que somos colocados em uma “conversinha” com Deus. Podemos ouví-lo dizer tudo que poderiamos ser, onde chegaríamos, onde nossos dons e habilidades poderiam nos levar, toda satisfação que teríamos ao contemplar nossos sonhos realizados, Deus literalmente nos mostra onde poderíamos chegar, o que poderíamos conquistar através dos nossos sonhos, e então, nos diz: Veja, “esta é a terra”, tudo isto é para você, todo potencial que eu mesmo te dei, te levaria rumo as realizações dos sonhos mais grandiosos do seu coração, mas, tenho outros planos, veja, poderia ser assim, mas não será!

Sim, acontece todos os dias com alguém! Assim como Moisés, sentamos na sala de Deus e ouvimos as duras palavras: Veja, está é a terra que prometi, mas você não entrará nela!

Então, estamos diante de um Deus cujo prazer é nos fazer sofrer ou viver frustrados pelo resto de nossa vidas por nos dar a visão de onde poderíamos chegar e revelar que Ele mesmo não nos permitirá alcançar estes lugares?

Não! Esta uma das maneiras como podemos reagir diante de um momento como este, mas temos uma outra alternativa: Podemos compreender que Deus, de quem os pensamentos são mais altos que os nossos, sabe exatamente onde quer nos levar, e no fim, tudo acaba onde Deus gostaria que estivesse, porque sua vontade perfeita é apenas uma!

Temos que escolher entre: acretidar que “morrer” pode ser melhor que entrar na terra prometida, ou ficar amargurados com Deus, vivendo desgastados e desmotivados porque não entramos na terra.

Moisés não teve a oportunidades de um novo caminho, aquele era o fim da jornada para ele, mas isso não queria dizer que não era o melhor! Ele estaria fora da terra prometida, mas entraria pelas portas da eternidade!

Diante de nossas mortes para as promessas, temos sonhos que Deus nos direciona, a morte dos sonhos devem acontercer muitas vezes, para que os sonhos e propósitos de Deus floresçam em nosso coração!

Por mais nobres e grandiosos que sejam nossos sonhos, não se comparam com os sonhos e pensamentos que o Senhor tem para nós! Por mais belos que sejam os caminhos que escolhemos, os caminhos do Senhor são infinitamente mais altos, e tanto os caminhos como os pensamentos de Deus são para nos fazer chegar ao fim que desejamos!

Na verdade, mudam-se os planos, os sonhos  e até os caminhos, mas sempre chegamos ao fim que desejamos e que estão em conformidade com a perfeita vontade do Pai!

Algumas coisas as vezes precisam morrer para que outras possam florescer!

A vinda do Espírito Santo, talvez a promessa mais valiosa para os cristãos, só aconteceu porque Jesus escolheu morrer. Ele mesmo disse: Se eu não for, o consolador não virá! (João 16:6-7).
Jesus contemplou a tristeza no coração dos discípulos pela separação que sua morte traria, mas fez com que eles compreendessem que a morte iria gerar conquistas e comunhão eternas!

Creia que muitos dos sonhos, muitas das situações em que não há mais vida ou esperança, são justamente componentes de uma transição para aquilo que é eterno e infinitamente melhor!

Deus não mata os nossos sonhos ou nos tirá a vida, mas nos oferece a vida e os sonhos que Ele planejou para nós! Ele não nos permite ver a terra prometida e não conquistá-la para amargurar nosso coração, o Senhor faz isso para que saibamos depois, que verdadeiramente o que Ele tinha era mesmo incomparavelmente melhor!

Crendo que muitas coisas precisam morrer para que outras floresçam...

Juliana

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