domingo, 5 de junho de 2011

E por falar em Feridas...

Não importa o quanto algo nos machuca, as vezes se livrar de tal coisa dói ainda mais...


Ao ler frases como esta podemos imaginar quão presos podemos estar ao que mais nos fere.Se algo nos machuca devíamos ter a facilidade de nos desprender, mas raramente acontece assim...

Além de caminhar com aquilo que faz a ferida ainda lidamos com a fragilidade  de não conseguirmos dizer adeus.

Que tipo de força nos impulsiona a permanecer acorrentados ao que rouba a vida lentamente dos nossos corpos, alma e espírito? Qual a chave que recusamos usar para abrir as portas que nos conduzem a liberdade ?

Penso que a unica força capaz de impedir que deixemos aquilo ou a pessoa que nos fere 
é também a que nos falta e nos aprisiona nesta condição, chama-se: Amor!
Permanecemos por amor nas circunstâncias mais deploráveis e ao lado das pessoas mais cruéis, por amor! Ainda que morramos um pouco mais a cada dia, permanecemos por amor!

A dor de estar longo daquilo que que nos fere é maior do que as feridas que nos tem sido feitas pelas atitudes de quem amamos, maior do que todo caos que os derredores e lugares onde estamos possam causar.

Com o tempo você se acostuma tanto com a dor que não sabe mais como viver sem ela,
então, descobre que livrar-se da dor implica em conhecer uma outra, e que tudo que é novo traz consigo uma mistura de sentimentos, realidades boas e ruins, sendo assim, tudo em você constantemente escolhe por não abandonar ou  partir para longe do que te machuca, afinal, as feridas já são familiares! 

Então seguimos a vida assim, com as feridas abertas e o coração sangrando...

Mas um dia, por uma bondade que não conhecíamos de fato, somos levados a um lugar onde descobrimos o que realmente é amor, ao lugar onde as circunstâncias não fazem diferença alguma, lugar onde houve escuridão, morte, terror, injustiças, escárnio e muitas feridas, mas que por amor, não o mesmo amor que nos faz prisioneiros porque não queremos renunciar o que nos fere, permaneceu ali sendo ferido para poder sarar.

Um amor que escolheu morrer para que pudesse alcançar seu alvo: Curar um coração ferido, salvá-lo da perdição eterna!

Este amor revelado neste lugar nos abrem o caminho para a liberdade! Não apenas do que nos machuca, das correntes que nos prendem, mas somos libertos da falsa ideia do amor!

Um lugar chamado cruz, um amor revelado pelo próprio Deus, através de Jesus...

Na cruz você contempla a escolha do filho de Deus em se ferir, em morrer em seu lugar. Neste lugar você pode sentir este amor te libertando de tudo que um dia parecia amor, de tudo que por tantos incontáveis anos te feriu, e se não fora por este acontecimento da cruz, teria te matado! Então você faz mais uma descoberta: Precisa escolher entre o que te machuca e Aquele que foi machucado, que sofreu, morreu por você!

Descobre que há uma escolha diária que fará toda diferença em seus dias: A Cruz ou as correntes de pessoas, riquezas, status, fama que nunca poderão preencher o vazio do seu coração! Todos os dias o olhar para a cruz nos lembra que há uma morte, uma entrega e uma escolha...

Uma morte que Jesus não pôde morrer, a morte de nossa vontade!
Uma entrega que Ele não poderá fazer, a do nosso coração...
E uma escolha de qual amor deixaremos conduzir nossas vidas!

Seguiremos o caminho que nos foi aberto e deixaremos que este amor onde não há medo guarde nosso coração, ou permaneceremos feridos amando e esperando pelo amor que nunca nos acrescentou alegria sem tristezas?

Por que este amor, o perfeito amor revelado na cruz lança fora todo medo?
Porque ele mesmo levou sobre si todas as feridas e dores que poderiam nos atingir um dia...
Será que podemos aceitar a dor de deixar o que nos machuca por Aquele que aceitou ser ferido em nosso lugar? Temos de fato desfrutado e deixado este amor nos fazer livres do medo, das correntes da decepção, da desesperança?

Este é o dia, o momento...
Há uma morte, uma entrega e uma escolha!
Qual será a nossa decisão?




(Juliana Sanches Grichi)

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