quarta-feira, 18 de abril de 2012

Quem Pode Discernir os Próprios Erros?


Somos muito bons, enquanto seres humanos, em enxergar os erros, as falhas do nossos semelhantes. Mas, será que essa habilidade é tão eficaz quando se trata de enxergar os nossos próprios erros, fracassos e enganos? 

Por mais “humanos” que sejamos, nossa tendência é agir com misericórdia e compreensão diante dos erros que nós cometemos. Mas agimos com crueldade, frieza e até julgamento quando o erro é do outro! Somos tão bons em julgar quanto em nos justificar! A bíblia ilustra com muita propriedade essa nossa conduta, vejamos: 

"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Mateus 7:3 

Passamos muito tempo assim: Tentamos resolver os problemas dos outros por não estar enxergando a gravidade dos nossos! 

Por mais que estejamos andando com vigas nos olhos, em diferentes momentos de nossas vidas, nos deparamos com circunstancias que nos confrontam, ou, nos fazem questionar o que há de errado. Nossos relacionamentos começam a ruir, nosso emprego começa a se tornar enfadonho, começamos a ter crises existenciais, as finanças não andam bem, meus pais, amigos ou namorado não me entendem! (" Aff... Para o mundo que eu quero descer”!) 

Nos perguntamos por que as coisas não funcionam como deveriam. E como os problemas nos cercam de todos os lados, pensamos: Será que Deus é tão bom assim? Se Ele é bom, por que não resolve meus problemas? 

Essas são as primeiras perguntas que começamos a fazer, ainda que no mais profundo do nosso coração. São dúvidas que procuram distorcer a imagem de Deus para então, nos afastar dEle! Se acreditamos que Deus não é bom, não cremos em seu amor provado na cruz, e se não cremos na obra do calvário, perdemos a alegria da salvação! E é exatamente neste lugar que Satanás desejava que chegássemos! 

A realidade é que nos enganamos quanto ao real problema. Pensamos que nossos problemas são as pessoas, nosso emprego, as finanças, a família. Mas o problema, na grande maioria das vezes, é o nosso coração! 


Podemos encontrar alguns textos que no mínimo, nos deixaram alerta quanto ao nosso coração! Vamos ver: 

Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele procedem as fontes da vida, dele depende toda a sua vida. Pv 4:23 

Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias. Mt 15:19 


Tudo começa no coração! As vezes o meu problema não está nas finanças ou nos relacionamentos, mas sim, no orgulho, na amargura, na dureza do meu coração! Os problemas podem ser apenas consequência do “estado” do nosso coração. Eles podem sinalizar em quais áreas precisamos de mudanças! 

Existe um antigo ditado popular que diz: “É melhor prevenir do que remediar”! Isso significa que melhor que resolver os problemas ou solucioná-los, é evitar que eles apareçam! 

A maneira mais eficaz de prevenir, é nos abrindo ao Senhor pedindo que Ele venha sondar o nosso coração, nos provar (experimentar) e conhecer nossos caminhos (comportamentos) - (Salmo 139:23). Quanto mais buscarmos ao Senhor para limpar, curar e transformar nosso coração, nossa buscar por Ele para resolver problemas será menor! 

A bíblia ainda diz algo interessante sobre discernir os próprios erros, vejamos: Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço! (Salmos 19:12) 

Por nós mesmos dificilmente poderemos discernir nossos erros! Por isso essa exposição ao Senhor é tão necessária, para que possamos deixar Deus sondar nosso coração e se algo de errado houver, Ele mesmo nos levará à corrigir e mudar de atitude! 

Como um pai que deseja e acompanha o crescimento de seus filho, Deus deseja que sejamos maduros espiritualmente, que alcancemos a maturidade espiritual para não sermos inconstantes em nossos caminhos. As situações que Deus nos permite viver são os meios pelos quais obteremos este crescimento. 

Cada crítica, julgamentos, desafios, mudanças e problemas que enfrentamos nos darão a oportunidade de buscar mais a Deus e muito mais nos aproximar das pessoas! O contrário também é uma possibilidade, mas que não resultará no mesmo final! Se buscamos mais a Deus em momentos como esses, mais desejaremos estar perto das pessoas e mais conhecimento e maturidade iremos adquirir! 

Mas afinal, quem poderá reconhecer os próprios erros? Aquele que buscar um coração quebrantado (dependente, submisso), humilde o bastante para se colocar diante do Senhor e clamar por misericórdia (não receber aquilo que merecíamos) e perdão até pelos erros que desconhece ter cometido. 

A bíblia diz que o Senhor não resiste a um coração quebrantado, ao humilde, mas resite ao soberbo e orgulhoso! 

Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.(1 Pedro 5:5) 

Que sejamos alvos da graça (receber o que não merecíamos) e não da resistência de Deus!


Em Cristo, Juliana!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

TRÊS PESSOAS, TRÊS ATITUDES E TRÊS RESULTADOS!



Davi, Nabal e Abigail! Três pessoas cujas atitudes foram diferentes produzindo também resultados diferenciados! 


O Capitulo 25 de I Samuel nos disponibiliza muitas considerações importantes e práticas para a vida de todos, principalmente a do cristão! O contexto inicial é a morte de Samuel. Todo Israel chorou, pranteou a morte do profeta, mas para Davi significava algo mais: Era a morte daquele que fora usado para apontar o propósito do Senhor para sua vida, aquele que orava e intercedia por ele, que o aconselhava acerca das perseguições de Saul. Na perspectiva de Davi, morrera aquele que o ungiu para ser rei, antes mesmo dele assumir o reinado! 

É provável que Davi experimentou um sentimento de desconforto. Ainda que Deus mesmo falasse com ele, todos precisamos de vozes humanas que sejam instrumento de Deus para nos orientar, ensinar o caminho em que devemos andar. A bíblia mesmo diz que na multidão de conselhos há vitória (Pv 11:14 e 24:6)! 

O primeiro verso diz que depois que sepultaram a Samuel, Davi foi para o deserto de Maom. Vamos acompanhar alguns versos para extrairmos as lições práticas de cada um deles, reconhecendo três tipos de pessoas que o contexto nos revela! 

A primeira pessoa: Davi! 

No deserto, Davi ficou sabendo que Nabal estava tosquiando as ovelhas. Por isso, enviou dez rapazes e lhes disse: "Levem minha mensagem a Nabal, em Carmelo, e o cumprimentem em meu nome. Digam-lhe: ‘Longa vida para o senhor! Muita paz para o senhor e sua família! E muita prosperidade para tudo que é teu! ’‘Sei que estás tosquiando tuas ovelhas. Quando os teus pastores estavam conosco, nós não os maltratamos, e durante todo o tempo em que estiveram em Carmelo não se perdeu nada que fosse deles. Pergunte a eles, e eles lhe dirão. Por isso, seja favorável, pois estamos vindo em época de festa. Por favor, dá a nós teus servos e a teu filho Davi o que puderes’ ". 1 Samuel 25:4-8 


Podemos ver a bondade nas atitudes de Davi, reconhecer sua prontidão em ajudar as pessoas e o mais importante, a humildade do coração dele. No deserto, ele percebeu algumas necessidades, e como sempre fora favorável, bondoso com aqueles que estavam ao seu redor, esperava a mesma atitude daqueles para quem tinha agido de maneira favorável. Davi seguia um conselho que encontramos em Mateus 7:12: Faça com os outros aquilo que você deseja que façam com você! 

Davi era bondoso (era bom), humilde (respeitoso, desprendido, virtuoso) e manso (calmo, pacífico, brando) de coração! Ele revelou sua bondade e mansidão tratando bem os pastores de Nabal, sua humildade na maneira como enviou seus rapazes a falar com ele. Mais a frente, no verso 32, vemos também que Davi era uma pessoa flexível, que ouvia as pessoas, considerava o que elas diziam e era pronto em mudar de atitude quando elas estavam certas e ele errado (uma virtude pouco encontrada nos dias de hoje)! Mas vamos para a segunda pessoa... 

A segunda pessoa: Nabal! 

Atitudes falam mais que nossas palavras! Vamos ver o que as atitudes de Nabal revelam sobre quem ele era: 

Nabal respondeu então aos servos de Davi: "Quem é Davi? Quem é esse filho de Jessé? Hoje em dia, muitos servos estão fugindo de seus senhores. Por que deveria eu pegar meu pão e minha água, e a carne do gado que abati para meus tosquiadores, e dá-los a homens que vêm não se sabe de onde? " 1 Samuel 25:10-11 

As palavras de Nabal revelam suas atitudes de arrogância, ingratidão. Nabal foi maledicente. Ele foi arrogante quando questionou quem era Davi, ingrato ao não dar de seus mantimentos para aquele que havia sido bondoso para com os servos dele, e maledicente ao acusar Davi de fugitivo! Nabal bem conhecia quem era Davi, pois ele mesmo diz “filho de Jessé”. Naquele momento em Israel, dificilmente alguém desconhecia o possível reinado de Davi. 

O verso 17 diz como Nabal era vil, irredutível, como ele não sabia ouvir as pessoas, como era inacessível. O verso 36 nos fala que ele era dado ao vinho, a embriaguez. Algumas atitudes que revelam a pessoa má, ingrata, arrogante e dissoluta que ele era! 

A terceira pessoa: Abigail! 

Quando Abigail viu Davi, desceu depressa do jumento e prostrou-se perante Davi, rosto em terra.Ela caiu a seus pés e disse: "Meu senhor, a culpa é toda minha. Por favor, deixa a tua serva lhe falar; ouve o que ela tem a dizer. Meu senhor, não dês atenção àquele homem mau, Nabal. Ele é insensato, conforme o seu nome significa; e a insensatez o acompanha. Contudo, eu, tua serva, não vi os rapazes que meu senhor enviou. 1 Samuel 25:23-25 


Abigail! Mulher sabia, respeitada pelos servos de seu esposo de uma determinação e coragem notáveis. Do verso 14 ao 32 encontramos as atitudes que revelam a mulher sabia, humilde e corajosa que Abigail era. O verso 34 diz que ela se apressou em fazer algo que mudasse o curso dos acontecimentos. Mas o verso 31, revela que a motivação dela não era livrar apenas sua vida, menos ainda a de seu marido, ela agiu na intenção de livrar Davi! Abigail foi um instrumento de Deus para mudar o coração do futuro rei de Israel. Davi não podia contar com os conselhos de Samuel, mas Deus estava provendo recursos, pessoas necessárias para não deix-alo erra no caminho! Abigail foi uma pessoa que teve sabedoria para agir, humildade em se aproximar de Davi, coragem em atrair a culpa para si mesma, e o mais precioso, a motivação certa! 


Reconhecemos as três pessoas e podemos agora enfatizar suas atitudes! 

Davi foi bondoso, humilde, acessível e pronto a mudar sua atitude! Não vingou a si mesmo! 

Nabal foi mal, ingrato, egoísta, arrogante e obstinado! 

Abigail apaziguou, impediu Davi de cometer um erro. Foi sabia, humilde e corajosa! Foi rápida em fazer o que deveria ser feito, não ficou protelando! 


Diante das ATITUDES podemos considerar os resultados que elas produziram para cada um deles! 

Os resultados de Davi: 

Cerca de dez dias depois, o Senhor feriu a Nabal, e ele morreu. Quando Davi soube que Nabal estava morto, disse: "Bendito seja o Senhor, que defendeu a minha causa contra Nabal, por ter me tratado com desprezo. O Senhor impediu seu servo de praticar o mal e fez com que a maldade de Nabal caísse sobre sua própria cabeça". 1 Samuel 25:38-39 

Deus feriu aquele que o desprezara. Davi não fez justiça as próprias mãos, não vingou a si mesmo, e o resultado foi que o Senhor defendeu a sua causa! 



Os resultados de Nabal: 

Quando Abigail retornou a Nabal, ele estava dando um banquete em casa, como um banquete de rei. Ele estava alegre e bastante bêbado, e ela nada lhe falou até o amanhecer. De manhã, quando Nabal estava sóbrio, sua mulher lhe contou todas essas coisas; ele sofreu um ataque e ficou paralisado como uma pedra. Cerca de dez dias depois, o Senhor feriu a Nabal, e ele morreu. 1 Samuel 25:36-38 

As atitudes e a vida de Nabal o levaram a morte! 


Os resultados de Abigail: 

Então Davi enviou uma mensagem a Abigail, pedindo-lhe que se tornasse sua mulher. Abigail logo montou num jumento e, acompanhada por suas cinco servas, foi com os mensageiros de Davi e tornou-se sua mulher. 1 Samuel 25:39,42 

As atitudes de Abigail lhe garantiram um lugar junto ao futuro rei! Davi a escolhera não apenas por reconhecer o quanto sua atitude foi importante para livrá-lo de fazer o mal, mas também pela prontidão dela em servir, e muito mais por servir com a motivação correta: Ver o propósito de Deus estabelecido! 


O que aprendemos: 


1- Que Deus procura por pessoas bondosas, mansas e humildes para colocar em posições de autoridade. Ele deseja usar pessoas que saibam ouvir as outras e mudar de atitude quando estiverem erradas, pessoas de quem as outras possam se aproximar! 

Não estaremos isentos de lidar com a ingratidão das pessoas, mas devemos nos lembrar que a vingança é do Senhor. Não podemos deixar que as atitudes de outros nos deixem uma “má impressão” no coração (Meu senhor, agora não faça este homem vil, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome - v.25). Algumas pessoas irão nos ferir ao ponto de interferir em nossas próprias reações, mas há sempre uma escolha: Pagar o mal com o mal, ou pagar com o bem! (Lucas 6:35) 

Devemos confiar em Deus e em sua palavra que diz: Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo SENHOR, e ele te livrará. Pv 20:22! 

Seja qual for a ingratidão ou injustiça, Deus nos defenderá se deixarmos que Ele seja Deus! Quando a bíblia diz para perdoarmos aos que nos devem, devemos perdoar aos homens por aquilo que nos devem, seja essa dívida emocional, espiritual ou material! Algumas pessoas devem dinheiro às outras, outras devem amor, atenção, respeito, reconhecimento, valorização, explicações e até mesmo um pedido de desculpas! Mas, independente da origem da dívida, devemos perdoar nossos devedores! 

Uma pessoa amargurada não pode nos deixar amargurados, a insensível, não pode nos fazer semelhantes a elas. Devemos vencer o mal com o bem! 


2- Não podemos ser pessoas inacessíveis como Nabal. Pessoas que não escutam as outras, obstinados, arrogantes, orgulhosos e ingratos. Devemos atentar para aquilo que as pessoas ao nosso redor esperam de nós e sermos favoráveis a elas! Mais do que tudo, a bíblia diz que nossa dívida com as pessoas está no amor em que devemos lidar com elas! Amar é retribuir, reconhecer, ajudar, emprestar sem esperar retorno, e o mais importante: ouvir e considerar! 


3- Aprendemos que algumas atitudes não devem ser proteladas ou tomadas com motivações erradas! Devemos ser pessoas que sabiamente decidem mudar o curso dos acontecimentos, pessoas zelosas pelo cumprimento da vontade de Deus. A ausência de algumas atitudes nossas resultam em morte, erro e engano! Algumas situações dependem de uma atitude nossa para mudarem! Os propósitos de Deus são estabelecidos por pessoas que se prontificam em agir a favor do reino! 

A bíblia diz que mais que felizes são os pacificadores (Mt 5:9), e os bons resultados são para aqueles que semeiam a paz! 



De tudo que podemos aprender com estes três tipos de pessoa, o mais importante é: Ser bondoso, não ser ingrato e ser rápido em fazer o que deve ser feito! 

Precisamos oferecer do melhor que temos para as pessoas que estão ao nosso redor, não ser ingratos aos que foram bondosos e amáveis conosco, e ainda que algumas pessoas não reconheçam o bem que fizemos a elas, não devemos vingar a nós mesmos! Precisamos agir sempre em favor dos planos do Senhor, ter uma motivação certa! As escolhas, atitudes e a pessoa que decidimos ser, revelam quais resultados teremos em nossa caminhada! Escolha certo! Seja segundo o coração de Deus!


Em Cristo, Juliana!


sexta-feira, 23 de março de 2012

O Preço do Discipulado

Quando falamos em "preço", sabemos que se trata de um valor, um custo, uma quantidade a ser paga. Já o "discipulado" implica em aprendizado! Precisamos compreender que o discipulado requer um investimento do discípulo. Existe um preço para que se possa alcançar um aprendizado efetivo no reino de Deus. Existe um custo em ser discípulo do maior mestre de todos os tempos: Jesus Cristo! 

Em Lucas 9: 57-62, encontramos três pontos interessantes acerca do preço de um discipulado genuíno, vejamos:


Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: "Eu te seguirei por onde quer que fores".
Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça".



A outro disse: "Siga-me". Mas o homem respondeu: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai". Jesus lhe disse: "Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus".


Ainda outro disse: "Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e me despedir da minha família". Jesus respondeu: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". 



Cada verso nos reporta ao preço, ao custo, aos valores básicos que deverão ser investidos em um discipulado. Vejamos separadamente cada um deles:

1- O preço da "Instabilidade Física" - Quando o primeiro homem que se aproximou de Jesus expressou seu desejo de segui-lo, deixou exposta também sua disposição de segui-lo por qualquer lugar que Jesus fosse. Sendo assim, a resposta do Senhor revela que muito além de ir de um lugar para o outro, não havia a estabilidade de um lugar próprio. Jesus inicia o possível discipulado propondo a certeza de não ter lugar algum para "reclinar a cabeça". Mais difícil que compreender a realidade de João 3:8  (o vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito), era seguir alguém que não oferecia ou garantia um espaço físico seguro. 

A primeira lição do discipulado daquele homem, e também a lição que deve fazer parte do nosso aprendizado era:  Não basta estar disposto a mudar de lugar quantas vezes seja necessário, é preciso estar disposto a não ter um lugar algum! 

2- O preço de "Não enterrar os mortos" - Através do segundo homem, podemos reconhecer o propósito primordial do discipulado: A proclamação o reino de Deus! Jesus não condenou o sepultamento dos mortos, mas estava ensinando uma lição muito preciosa para todos quanto desejam segui-lo: Onde deve estar nosso investimento, nossos esforços! 

Sepultar o pai naquele momento iria esvair uma força, um esforço, um preço que iria desqualificá-lo como anunciador do reino, que iria fazê-lo falhar em sua missão. Como seguidores, como discípulos de Jesus, devemos atentar para esta coordenada do mestre: deixar os mortos enterrar os mortos! Onde temos investido os diversos recursos que temos? Onde temos despendido nossos esforços? 

Nosso maior investimento, nossos esforços, devem estar centralizados no propósito de Deus. Assim como enterrar o pai iria desfocar o rapaz, e investir e nos esforçar em "coisas mortas", irá nos desviar do plano, da missão do Senhor para nós! Precisamos deixar que aquilo que morreu seja enterrado por si só, e não despender nossas forças e habilidades buscando algo, um tempo que vivemos, ou até mesmo, pessoas que foram afastadas de nós por um motivo qualquer. 

Aceitar que algumas "coisas", ainda que tão importantes, agora fazem parte de um passado que deve ser deixado para trás, nos permitirá seguir em frente. Por mais dolorido que seja, precisamos virar a página e partir para o novo desafio, o cumprimento  do propósito pelo qual nos submetemos ao aprendizado: o estabelecimento do Reino de Deus!

3- O preço do "Desapego"- Desapego implica em desprendimento. A terceira pessoa que ansiava tornar-se um discípulo de Jesus, desejava também ter um pouco mais de tempo, uma ultima oportunidade de estar com seus familiares, com aqueles que lhes eram precisos. 

O coração desta terceira pessoa se revela divido entre o desejo de seguir ao mestre e fazer sua vontade, e o apego (ligação, agarramento, afeição, estar cativado) ao que era familiar, precioso. 

Uma das lições mais difíceis para alguns de nós será justamente esta:  O desapego (desprender, desgrudar, largar e até ser indiferente)! Deixar para trás o que morreu, desprender do que não existe mais, por mais doloroso que seja,  ainda é mais fácil. Porém, desprender, soltar, ser indiferente com aquilo que é precioso e ainda existe, requer renúncia, determinação e uma convicção inabalável que muito mais do que foi deixado para trás, nos será acrescentado adiante! 


As palavras com as quais Jesus encerra o assunto são duras, mas revelam uma grande realidade: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". 
Enquanto não estivermos dispostos, prontos a pagar o preço tão elevado do discipulado, não estamos aptos (capazes, habilitados) para o Reino, para cumprir os propósitos! 




É humano e natural almejarmos estabilidade, um lugar, um espaço que é nosso.  Mas, ser discípulo é ter a certeza, a garantia de estar sempre ao lado do mestre, ainda que aparentemente, não se tenha lugar algum para repousar a cabeça, recursos para atingir os alvos, espaço para executar os projetos. 


Jesus nos prometeu preparar um "lugar"(João 14:2,3), e Deus tem lugares para ocuparmos na terra também, porém, nosso único espaço garantido, não está aqui, mas em nossa pátria celestial, no céu! E é por este motivo que devemos nos alegrar!



Podemos chorar, lamentar, expressar a dor de tantas perdas que temos pelo caminho, mas não podemos deixar que a dor nos paralise. Não podemos investir nossos esforços, despender nossas forças naquilo que Deus designou como parte do nosso passado! Nossas energias e  habilidades devem estar focadas em cumprir o propósito, a vontade de Deus para nós no tempo que se chama HOJE! Viver investindo no passado implica em débitos, dívidas com o futuro! 

É imprescindível que creiamos, que por mais belo e precioso que seja aquilo que tenhamos deixado para trás, não  poderá ser comparado com aquilo que Deus nos dará se seguirmos em frente! Devemos aprender a arte do desprendimento, pois este é o componente principal de um aprendizado efetivo! O desapego se torna menos doloroso enfrentado na perspectiva desta promessa:

"Em verdade vos digo que não há ninguém que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher ou filhos, ou terras, por causa de mim e do evangelho, que não receba cem vezes mais agora neste tempo… e no século vindouro a vida eterna" (Mar. 10:28-30).

Se desejamos ser aptos para o reino, devemos estar convictos desta verdade! Foi por existir um alto preço há ser pago que o chamado de Jesus era para quem quisesse segui-lo. As palavras dEle eram bastante esclarecedoras, e gostaria de encerrar com elas:


Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Marcos 8:34-35 



O perder na perspectiva do Reino sempre resulta em bons resultados, em um lucro permanente! Quando estamos dispostos a perder nossas vidas, estamos aptos ao reino, preparados para pagar o preço do discipulado!


Buscando estar apta para o Reino, Juliana!


sábado, 3 de março de 2012

A visão correta do amor e da correção de Deus



Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho 
Hebreus 12:6 

Todos gostamos de ouvir acerca do amor de Deus, da escolha dEle em nos tornar seus filhos e herdeiros, a segurança de termos um pastor cuja fidelidade dura para sempre e por isso, nada nos faltará, pois Ele nos ama! Relacionamos tudo que somos e temos de bom ao fato de que o Senhor nos amou de tal maneira, que entregou seu único filho para que não mais perecêssemos. 

 Sendo assim, o amor de Deus nos isenta de perecer, sofrer, sucumbir diante da dificuldades da vida, certo? Errado! Jesus foi entregue por nós para que não viéssemos a perecer em uma eternidade sem o Criador, mas isso não nos isenta das aflições deste mundo, pois Ele mesmo nos deixou claro em João 16:33: “No mundo tereis aflições, mas tenham bom ânimo, Eu venci o mundo”. 


Percebemos então, a necessidade de um ajuste quanto a visão do amor e da correção do Senhor. Conforme o texto acima, o Senhor nos corrige porque nos ama, e açoita aquele que recebe como filho. Imagino que temos muita resistência a ideia de um Deus açoitador, que nos corrige quando erramos. Mas, se obtivermos a ótica correta da correção e do amor do Senhor, será libertador e encorajador enfrentar a correção acerca de nossos comportamentos, atitudes, pensamentos e sentimentos errados. 

Algumas coisas que precisamos discernir sobre o amor e a correção de Deus: 

1- A correção acontece porque o amor existe: Deus não nos corrige por falta, mas pela existência de seu amor por nós, a correção é uma das provas do amor do Pai. Se estamos sendo corrigidos, é porque Ele nos ama e deseja nos conduzir de modo que possamos viver os propósitos dEle. 

2- A correção, os açoites, são a prova de um Deus zeloso, um Pai presente na educação de seus filhos. Quando nos corrige ou açoita, está vislumbrando uma mudança de atitude, ou qualquer coisa que precisa ser corrigida, para que possamos experimentar o melhor que Ele tem reservado para nós, para que possamos usufruir de sua herança. 

Hebreus 12: 7-8, ainda revelam algumas condições para a legitimidade dos filhos de Deus, veja: 

Se suportais a correção, Deus voz trata como filhos; Mas se estais sem disciplina, da qual todos são participantes, sois bastardos e não filhos. 

Existem dois fatores merecedores de atenção: O primeiro é que se suportamos a correção, somos tratados como filho. O outro, é que enquanto filhos, todos seremos participantes da disciplina, mas, se a recusarmos e decidirmos não participar dela, somos bastardos e não filhos. 

A legitimidade de nossa filiação celestial está em aceitarmos e suportarmos a correção! 

A realidade é que as correções não se apresentam como motivo de alegria, mas de tristeza, como está escrito nos versos seguintes. Porém, produzem bons frutos, resultados, para quem se permite ser moldado por elas. 

Por mais dolorosa que seja a correção do Senhor, por mais tristes que possamos ficar, precisamos aceitar e suportar a correção, e há algo ainda essencial: Não desmaiar (perder os sentidos, a cor, sentir-se mal) diante da repreensão de Deus! Veja também o que está escrito em Hebreus 12:5 sobre desprezar a correção e desmaiar diante da repreensão: 

E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; 

Devemos estar atentos para não desprezar a correção, mas também, para não desmaiar quando formos repreendidos pelo Senhor. As vezes, percebemos a correção batendo à porta do nosso coração, e como a bíblia diz, não temos alegria ao inicio, pois ainda não entendemos qual será o fim de todo processo de correção, de poda do Senhor. Não acreditamos que Deus nos corrige porque nos ama, e limpa a árvore que deseja fazer frutificar mais ainda. Sendo assim, nos deixamos vencer pela tristeza de sermos podados, corrigidos, castigados, por sermos privados de alguma coisa devido ao nosso comportamento errado. 

O período de correção é perigoso pois nele somos tentados a desfalecer, a desmaiar. A repreensão não tem o propósito de nos fazer desmaiar, por isso Deus nos alerta para não desmaiarmos, não perdermos os “sentidos” ou a “cor”. Imagino que quando desmaiamos na fé, nossos sentidos espirituais são afetados assim como os físicos, quando nosso organismo enfrenta um estresse rígido. 

O desmaio espiritual pode implicar a perda do nosso sentido de propósito: perdemos o foco da vontade do Senhor para nós, nossa visão de Deus e nossa identidade são distorcidas, deixamos de ouvir ao Senhor, de enxergar na perspectiva dEle, e passamos a falar palavras que não deveríamos (murmurar, caluniar,praguejar). 
Podemos também perder a “cor”, ou seja, perder a motivação, a alegria, a expectativa e até a certeza de que Deus é bom, nos ama e cuida de nós! A visão acerca de nossa existência, do chamado, da eternidade se tornem cinzentas, escuras e sem vida! Nos sentimos mal, desconfortáveis e desesperançados. 

Os desmaios durante a correção à qual somos submetidos podem ser fatais em nossa caminhada. Se não compreendermos o objetivo da correção (que possamos frutificar ainda mais) e perceber que ela é a prova do amor de Deus, podemos acreditar na mentira mais antiga da história da humanidade: Que Deus não ama, não se importa e não cuida dos seus!

Devemos estar convictos de duas verdades quando exposto às correções: 

A primeira: Todos os filhos são participantes da correção, e ela é a prova de que somos amados por Deus. A boa obra estará sendo completada dia após dia, ninguém ficará isento, todos estamos em obras! (Fl 1:6)

Segunda verdade: O processo da correção possui três etapas: Aceitar (não desprezar), suportar (participar da disciplina) e Não desmaiar (não perder os sentidos e a cor, não nos sentirmos mal), mas em cada uma delas, a graça do Senhor está sempre presente! 

Durante as etapas das correções que enfrentamos, devemos nos lembrar de um verso muito preciso da palavra de Deus, Romanos 8:28:

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Amamos ao Senhor porque Ele nos amou primeiro, fomos chamados segundo o Seu propósito! Os pensamentos dEle são mais elevados, e em Seu amor que dura para sempre, faz com que todas as coisas contribuam para o bem que desejamos experimentar!



Buscando a visão correta do amor e da correção do Pai, Juliana!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Escolhido e Nomeado Para Frutificar


Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda. João 15:16 


Preciso expressar minha admiração ao Senhor, pela habilidade de nos tocar profundamente por meio de sua palavra. Poética, inteligente, mas também cortante como uma faca de dois gumes, doce ao paladar a Palavra de Deus. 


Fico maravilhada pela maneira como Deus deixou em sua palavra detalhes e segredos a serem desvendados, como podemos extrair lições valiosas se atentarmos minuciosamente à palavra. 



O verso de João 15 exemplifica minhas pontuações acima. Se não formos minuciosos, não enxergaremos que existem duas palavras confirmando um só propósito. Deus diz que fomos escolhidos e nomeados para que pudéssemos dar fruto! 

Aparentemente escolher e nomear tem a mesma função, mas, olhando no significado das palavras, percebemos uma grande diferença. Veja: 

Escolhido = selecionado, eleito, preferido. Ou seja, Deus nos selecionou entre muitos, preferiu por nós, nos elegeu. Quando há uma oportunidade de escolher, significa que existem opções, e entre as opções que Deus possuía, ele preferiu que fôssemos eu e você! 

Nomeado = designado, indicado para um cargo. Ao nos nomear, Ele nos qualificou para ocupar um cargo, um lugar! Ele escolheu por nós e então nos indicou, nos designou para uma função: Produzir Frutos! 

Muitas vezes somos enganados, ou, como a própria Bíblia expressa, somos atraídos e engodados pela nossas concupiscências. Acreditamos que sermos escolhidos implicará ocupar grandes lugares desejados pelo coração humano, alcançaremos posições, poder, influencia e seremos melhores por isso. Associamos o frutificar, ter sucesso, a uma posição ou um lugar que ocupamos. Não poderíamos estar mais longe da realidade do Senhor. 

Apesar do verso expressar que aquele que foi escolhido, é nomeado, ou seja, designado para um cargo afim de que produza fruto, frutificar não depende da pessoa escolhida ou nomeada, mas dAquele que escolheu e fez a indicação para o cargo. 

Vivemos tempos em que a mentalidade mundana conseguiu disseminar muitos dos seus princípios dentro da Igreja, princípios que tem sido norteadores de muitas condutas eclesiásticas. Mas precisamos trazer à memória as linhas norteadoras do Reino de Deus: A Palavra! 

Nunca foi tão urgente despertar a Igreja para o conhecer a o praticar da Palavra do Senhor. Precisamos nos lembrar das sábias palavras de Jesus, quando seus discípulos disputavam acerca de quem era o maior entre eles: Se alguém quiser ser o primeiro, será o ultimo e servo de todos. 


Esse texto, em Marcos 7:33-35, revela a pedra de tropeço de quase toda, senão, de toda humanidade: a necessidade reconhecido, de ser o maior ou supor que pode fazer algo por si mesmo. A velha e conhecida “mania de grandeza” do homem. 

Muitos líderes preferem não confrontar quando se deparam com esta fraqueza nas igrejas, mas Jesus, enfrentou a razão com seriedade: Ele chamou, questionou, e assentando-se (parando para ouvir o que eles não disseram , conhecer o que estava no coração, tratar e corrigir o comportamento) confrontou acerca do erro e lhes deu a instrução de qual sentimento e atitude eram corretos. 

Quando entendemos que ser escolhido e nomeado para frutificar implica ser ramo ligado à videira, percebemos que Deus não nos designou para sermos músicos, mestres, intercessores, pregadores, evangelistas ou qualquer outro cargo em si, Ele nos chamou para sermos ramos, para estarmos e permanecermos nEle. 

O propósito é frutificar, para isso o Senhor te escolheu,  mas o cargo, o lugar em que devemos estar, é aos pés de Jesus, nos braços do Pai. Não há nada que possamos fazer sem o Senhor ou distantes do dEle. Se consideramos necessários os títulos e posições, estamos sujeitos  a nos mover sem Deus, podemos até produzir algo, mas certamente não serão frutos permanentes, pois só permanece o que procede do Senhor, e não de nós mesmos!

Deus não nos escolheu e nomeou para um cargo, um título que até mesmo nos roube de Sua presença. Ele nos chamou para prosseguir em conhecê-lO, para sermos discípulos dEle e nEle, produzirmos muitos frutos! 

Não podemos deixar que ministérios, títulos, posições, relacionamentos, comodidade e conforto (seja da espécie que for), nos distraia do chamado e privilégio mais preciso que temos: De sermos filhos de Deus e desfrutar de Sua intimidade! 

Jesus não morreu na cruz para nos lançar nas calçadas da fama, Ele foi levantado no madeiro para que todos fossem atraídos a Ele! Corra para Jesus! Ele é o Lugar para o qual fomos indicados e qualificados, pela sua própria morte, para ocupar!

Buscando permanecer nEle e frutificar, Juliana!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Deserto: A Prova da Fé, da Esperança e do Amor!



Resumindo a trajetória do povo Israel, sabemos que Deus endureceu o coração de Faraó, que por sua vez intensificou as cargas do Egito, para que depois de tudo isso, o povo caminhasse pelo deserto. Depois de tantas complicações, eles poderiam ser libertos por um caminho mais tranquilo, porém, as portas largas e espaços nunca foram as escolhas prediletas do Senhor, e por Sua soberania, levou o povo pelo caminho que seria mais proveitoso, aquele que provaria, humilharia e faria ser conhecido o coração das pessoas! 



Humanamente falando, o que estava ruim ficou muito pior, mas o deserto não era o destino, era apenas o meio pelo qual eles chegariam ao que lhes estava preparado! 

Quando chegamos aos lugares "ainda piores", podemos descansar sabendo que é apenas um lugar de passagem. Todo deserto, por pior que seja, é passageiro! Deus nos conduz ao deserto, mas é Ele que também nos remove de lá! 



Conhecemos a história, mas enfrentar um deserto, eu? Não, obrigada! Não escolhemos ir para o deserto, somos levados para lá! E sabendo que não estamos ilesos ao destino de todo filho de Deus, devemos nos recordar que o próprio Jesus, aprendeu obediência por aquilo que padeceu! Padecer foi uma das disciplinas que Jesus teve que cursar aqui na terra. 

Porque precisamos passar por desertos, padecer, ter aflições, qual o objetivo de um caminho tão árido se a vitória já nos foi dada na cruz, e juntamente com Jesus, nos foram dadas todas as coisas? 

Talvez uma única resposta seja válida: para que o poder de Deus se aperfeiçoe em nossa fraqueza! 

Existe algo que descobrimos nos desertos mais rígidos: o que existe realmente em nossos corações! (Dt 8:2) 

O deserto prova quem somos e nos faz diferenciar quem somos de quem imaginávamos ser. Durante nossa passagem pelo deserto, por mais cheios que sejamos de nós mesmos, resta pouco de nossas ambições e convicções. Então, tudo o que é humano, assim como o homem, semelhante a erva do campo e suas flores, logo se vai! 

Por mais que lutemos contra isso, os desertos abalam até mesmo a nossa fé, nossa esperança e amor. Vejamos: 

I Co 13:13 – Permanecem a fé, a esperança e o amor, mas o maior destes é o amor! 

Pensando no verso 13, percebemos que de tudo que existe, poucas coisas são permanentes, e dentre as que permanecem, temos a fé, a esperança e o amor. Podemos estabelecer três níveis de abalos que sofremos nos desertos: Nível da Fé, Nível da Esperança e o Nível do Amor. 

1- Nível da Fé: 


O primeiro nível de abalo que sofremos no deserto é acerca da nossa “fé”. Para compreendermos este nível é importante ressaltar o significado bíblico de fé. Dos textos que encontramos acerca da palavra fé, podemos diferenciá-la em: “fé de acreditar”( crer na fidelidade de Deus) e “fé de fidelidade”( nossa fidelidade ao Senhor). 

Podemos recorrer ao texto de Hb 11:1 - A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. 

Se existe algo inexistente no deserto é a visibilidade dinâmica. Por todos os lados, de todos os ângulos, a visão é a mesma e quase sempre desesperadora, porque não enxergamos nada novo ou diferente, não visualizamos recursos, não temos expectativa de mudança, não encontramos saída ! 

O deserto prova a nossa fé, a nossa confiança em Deus, e também revela a fidelidade (ou a ausência dela) do nosso coração. O cansaço, e falta de visão, as impossibilidades e todo enfado, começam a abalar a fé, e a certeza que tínhamos daquilo que não víamos, mas acreditávamos que Deus poderia trazer à existência, vai se perdendo aos poucos. 

Exatamente neste estágio do deserto, em que não acreditamos mais que algo poderá ser feito para mudar nossa situação, passamos para o segundo nível, onde a nossa esperança é provada. 

2- Nível da Esperança: 


O segundo nível consegue nos debilitar porque crescemos ouvindo o dito popular: “a esperança é ultima que morre”. Precisamos compreender que a esperança, conforme o dicionário, fala de uma espera, uma expectativa. Podemos conjeturar que a esperança de I Co 13 fala de uma espera com expectativa. Temos a fé, que nos conserva crendo em algo que não vemos, e à fé, acrescentamos a esperança, uma espera com expectativa àquilo que não enxergamos. 

Quando estabelecemos tal conexão, devemos compreender que a esperança será comprometida quando a fé for abalada, porque uma está associada a outra. Sendo assim, não vislumbrar as coisas que esperamos, influenciará como esperamos por elas. Deixamos de esperar com expectativa, e em muitos casos, deixamos de esperar que algumas coisas aconteçam! Neste nível começamos usar de frases populares, como: Prefiro não esperar nada, para não me frustar se nada acontecer! Essa é uma declaração de alguém cuja esperança foi abalada profundamente! 

Quando a fé e a esperança estão comprometidas, passamos ao terceiro nível , o abalo do amor! 

3- Nível do Amor: 


Depois de andar de um lado para o outro, de não contemplar mais nada que sustente a nossas fé, ou que faça arder em nosso coração a esperança, somos provados no nível do amor. 

Este nível prova a nossa convicção em relação ao amor do Senhor. Se Ele nos amou ao ponto de entregar seu próprio filho, por que nos abandou neste deserto? Começamos a questionar o amor de Deus, mesmo que não venhamos a verbalizar, nosso coração se ressente, e concluímos que Deus não nos ama ou se importa conosco como deveria. 

Aqui nosso amor pelo Senhor também é provado! Em Dt 8, percebemos que o objetivo do deserto é que conheçamos o que há em nosso coração. Neste nível, descobrimos se amamos ao Senhor e provamos este amor guardando seus mandamentos, mesmo que Ele pareça indiferente ao caos que vivenciamos! 

O Nível do Amor determina nossa vitória ou derrota no deserto. Quando não nos sentimos amados por Deus, e o amor é abalado, mas amamos ao Senhor verdadeiramente, não deixaremos que as emoções, que as aparências abalem em nosso coração a única coisa que jamais passará: A Palavra de Deus! 

Conclusão: 

Quando nada mais nos resta, temos uma palavra que permanece para sempre, palavra pela qual podemos resistir, enfrentar e vencer qualquer deserto: a palavra que procede da boca do Senhor! (Mt 4:4) Aprendemos essa verdade com Jesus, justamente quando Ele estava num deserto. Em Isaías 40:8, podemos ver que apenas a palavra do Senhor permanece eternamente: Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente. 

O que determinará nossa vitória no deserto é aquilo que temos em nosso coração! Se a palavra de Deus estiver em nosso coração, não existe deserto que nos separe do amor do Senhor ou nos faça pecar contra o Ele! 


O salmo 119:11 diz: Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti! 

Muitas coisas irão se deteriorar em meio ao deserto, mas, se a palavra estiver guardada, escondida em nosso coração, ela nos fará sobreviver e sair vitoriosos nos desertos da vida!

Permanecendo nEle e em Sua Palavra, Juliana!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PRIORIDADES E PROPRIEDADES


Todo aquele que deixar casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filho, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna! Mt 19:29 

Este texto está fechando um capitulo que trata a dificuldade que existe no coração do homem em deixar aquilo que é precisoso para ele. Dos versos 16 ao 22, temos o drama de um jovem que deseja seguir a Jesus, mas, conforme a palavra de Deus relata, possuía muitas “propriedades”. 


O problema deste jovem estava no apego ao ter, ao possuir. Por possuir, ter muitas propriedades ele não conseguir tornar-se, ser um discípulo de Jesus. 

Quando não conseguimos enxergar a gravidade que existe quando nossas “propriedades” nos impedem de seguir, ser um verdadeiro discípulo de Jesus, corremos o risco de não cumprir os propósitos de Deus em nossas vidas. 

Aquele jovem deixou que suas propriedades impedissem sua entrada nos reino dos céus, enquanto nós, deixamos de cumprir a vontade do Senhor por possuirmos ainda tantas propriedades em nossos corações. 

Mas será que Jesus estava condenando o ter, o possuir? Podemos imaginar que o problema não está em possuir riquezas, ou, qualquer espécie de “propriedade”, afinal, o antigo testamento revela homens que andavam com Deus e possuíam muitas propriedades. O pRoblema real não está nas propriedades, mas sim, quando elas exercem prioridade no coração! 

Sabemos que onde está nosso tesouro, está também nosso coração (Mt 6:21)! Os tesouros do nosso coração revelam as nossas prioridades! 

Um outro texto bastante interessante, está em Romanos 9: 2 e 3. Vejamos: 

Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne.


O portador da tristeza e contínua dor aqui trata-se de Paulo! Sim, o apóstolo Paulo! Podemos perceber que havia algo muito valioso ao coração do apóstolo: os irmãos! Ele amava as pessoas, eram tesouros para ele! 

A diferença entre Paulo e o Jovem Rico, está além da natureza de suas propriedades. O jovem possuía riquezas, Paulo, pessoas as quais ele amava demais! Porém, a maior diferença se fez na decisão sobre o que seria prioridade na em suas vidas. 

O jovem, por maior que seu desejo de seguir ao Senhor, se tornar um verdadeiro discípulo de Jesus fosse real, não era prioridade. Paulo, por mais amor que tivesse por seus irmãos na carne, escolhera cumprir o propósito, conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor como algo primordial em sua caminhada! 

Enquanto filhos de Deus, cometeremos muitos erros, mas, existe algo que pode nos impedir de sermos discípulos verdadeiros de Jesus: Não amá-LO de todo nosso coração, alma, entendimento e forças! 

Enquanto corrermos, nos esmerarmos em adquirir, preservar, multiplicar nossas propriedades, sejam elas quais forem, nunca conseguiremos dar ao Senhor prioridade que é devida à Ele em nosso coração! Mas quando Deus for prioridade para nós, a consequência não poderá ser outra senão bençãos (autorização para prosperar em diversas áreas de nossas vidas)! 

Como está escrito em Deuteronômio 30:20 - Amando ao SENHOR teu Deus, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o SENHOR jurou a teus pais...


Amando ao Senhor, dando ouvidos à sua voz e achegando-se a Ele, reconhecendo que o Senhor é a nossa vida, nosso tesouro de maior valor, conseguiremos, assim como Paulo, ter por perdas todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo!



Que Deus seja a prioridade das nossas vidas, e nada, nenhuma criatura ou criação, nem mesmo nós, possamos nos separar de seu amor, que está em Cristo Jesus!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

CHAMADO, BENÇÃO E MULTIPLICAÇÃO!





Isaías 51: 2 – Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque, sendo ele um só, o chamei, e o abençoei e o multipliquei.

É imensurável a quantidade de lições contidas na vida de Abraão. Justamente por esta realidade é que Deus nos direciona a atentar, olhar para Ele.
Neste próprio verso temos algo que nos conduz ao título da palavra: Chamado, benção e multiplicação.

Não ousaria estabelecer uma regra, mas não podemos ignorar uma ordem de fatores expressa no texto: O chamado, em seguida a benção, e depois a multiplicação.

Entedemos o chamado como o destino, o propósito de Deus para Abraão. Percebemos que Deus primeiro o chamou para um propósito, e após a reação, a resposta de Abraão ao chamado, Deus ordenou a Sua benção. Uma das definições que temos acerca de benção, é que trata-se de uma autorização para prosperar. No contexto, entendemos que após ouvir e responder ao chamado de Deus, ele foi autorizado pelo próprio Senhor a prosperar na caminhada, no propósito, e a benção proporcionou a multiplicação, o crescimento, em todas as áreas da vida deste amigo de Deus!

Podemos não conhecer muitos detalhes do propósito de Deus quando Ele nos chama, mas podemos contar com Sua benção se Ele nos chamou. Podemos descansar sabendo que Ele mesmo chama, abençoa e multiplica, ainda que sejamos apenas um.

Estar convicto e responder ao chamado, ter a benção e experimentar a multiplicação não nos isenta das dificuldades da vida. O propóito de Deus não se cumpre sem resistências, sempre haverá oposição aos planos do Senhor. Até mesmo Jesus, desde o seu nascimento, enfrentou oposição, e muito mais nós, discípulos seus, iremos enfrentar.

Como a palavra nos direciona a olhar para Abraão, verificaremos algumas dificuldades que ele enfrenteou em seu percurso. Entre chamado, benção e multiplicação, Abraão experimentou resistência, impossibilidades e diversas dificuldades. Vejamos algumas delas:

·         Medo:

Gênesis 15: 1 - Depois dessas coisas o Senhor falou a Abrão numa visão: "Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa! "

Abraão estava com medo. Deus não diria “não tenha medo” se este sentimento não estivesse no coração dele. Sabemos que o medo paralisa as pessoas, e iria impedir Abraão de chegar ao lugar que o Senhor havia prometido a ele, deixaria de cumprir o propósito.

Abraão poderia estar experimentando dois medos:

O primeiro era acerca de sua segurança física. O verso começa dizendo: “depois dessas coisas”. Que coisas eram essas? Guarras! Durante a guerra de diversos reis, descrita no capítulo 14, Ló é levado cativo e seus bens são tomados por eles. Abraão, ao saber da situação de Ló, partiu para resgatá-lo e recuperar seus bens. Apesar de sair ileso e vitorioso, a batalha provavelmente assustou e alertou Abraão acerca das situações a que eles estavam expostos longe de Ur.

O segundo, fruto do primeiro, seria sobre o questionamento de não lucrar coisa alguma em sua jornada. 


Percebemos que Deus diz que era seu escudo, e depois, sua recompensa, seu galardão. Podemos supor que Abraão começava a questionar se toda trajetoria valia os riscos que ele e sua família estavam correndo. Pelo que lemos, até alí, Abraão não estava reconhecendo nenhuma evidência de que estava sendo compensado 
( recebendo pagamento devido) por sua resposta ao chamado do Senhor. O amigo de Deus enfrentava o medo de não ter valido a pena deixar sua terra, seus parentes, rumo ao desconhecido.

·         Frustração:

Gênesis 15:2,3 - Mas Abrão perguntou: "Ó Soberano Senhor, que me darás, se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco? "E acrescentou: "Tu não me deste filho algum! Um servo da minha casa será o meu herdeiro!

A frustração de Abraão fica claramente exposta! Abraão não queria apenas se ver livre do medo, ou ouvir sobre sua recompensa, ele desejava o cumprimento da promessa, queria a multiplicação! Para Abraão o mais importante era o filho, era a promessa. Abraão expressa sua frustração, e a solução, caso Deus não lhe desse o filho: faria de seu mordomo seu herdeiro, resolveria da maneira dele.

Abraão estava prestes a praticar uma das especialidades do homem: agir em sua própria força ou entendimento! 


Como todo ser humano, ele estava pronto a resolver, prover ou eleger seu próprio herdeiro. Ele estava decidido a banir a frustração de seu coração por meio de Eliézer, pensando talvez que essa também fosse a alternativa do Senhor.

Porém, no verso 4, mais uma vez, Deus alinha o coração de Abraão especificando que seu herdeiro sairia de suas entranhas! No verso 5, ainda mostra algo pelo qual poderia ser comparada a multiplicação que Deus daria a sua descendência.

Sempre quando perdemos o foco, Deus nos chama para onde possamos ter visão do propósito reajustada, e antes mesmo de nos dar visão do que será, deixa claro aquilo que não será, desfazendo as visões mentirosas ou enganosas que as circunstâncias tentam nos vender!

·         Convicções Abaladas:

Gênesis 15:7 - Disse-lhe ainda: "Eu sou o Senhor, que o tirei de Ur dos caldeus para dar-lhe esta terra como herança".

Mais uma vez Deus atingi o ponto de crise do coração de Abraão: Convicções Abaladas! O Senhor deixa claro que Ele mesmo havia tirado Abraão de Ur, e que também lhe daria a terra que fora prometida a ele. Ainda que as palavras não saiam de nossos lábios, Deus é conhecedor de cada uma delas. Assim, colocou um ponto final  no que cercava o coração de Abraão:  Ter saído e não sido tirado de Ur! Deus fortalece a convicção do chamado no coração de Abraão, e porque Deus o havia tirado, o chamado de Ur, ele poderia estar seguro de sua benção e multiplicação, esperar por sua herança!


Conclusão:

É bastante comum experimentarmos desafios na caminhada com Deus! Uma das certezas que temos, é que obedecê-LO implicará resistências, dificuldades e adversidades imensas. Sabemos que quando respondemos ao chamado de Deus, temos a benção e a multiplicação, mas ainda assim, enfrentaremos os medos, as frustrações, e teremos muitas convicções abaladas.

Quando o medo tenta nos paralisar, devemos lançar mão do amor de Deus, que remove, lança para longe de nós todo medo! Em meio as frustrações, podemos nos deleitar no Senhor, sabendo que Ele mesmo satisfaz os desejos de nossos coraçãos conforme Seus pensamentos, mais altos que os nossos! E diante das nossas convicções, muitas vezes esmorecidas, podemos nos firmar sobre a palavra de Deus, sobre o próprio Senhor, pois quando não existir luz alguma, não soubermos onde estamos ou para onde vamos, devemos nos firmar sobre Ele. Nossas convicções podem ser abaladas, mas a fidelidade do Senhor jamais se abalará!

Somos chamados para um novo tempo, e o novo, o desconhecido, sempre é assustador, desconfortável. Devemos confiar e entregar nosso caminho ao Senhor, para que conforme Sua palavra, faça todas as coisas, nos conduza ao novo tempo que tem reservado para nós! Podemos não conhecer o novo, mas conhecemos Aquele que nos chama!

Podemos nos alegrar pela lembrança de que quando Deus chama, ele mesmo abençoa e multiplica!