sexta-feira, 11 de maio de 2012

Rejeitando Para Não Ser Rejeitado



Existem duas maneiras, muito frequentes, pelas quais satanás tenta afastar o homem de Deus: Uma é nos convencer, devido às aflições que vivemos, que Deus não é bom. A outra é nos fazer acreditar que não somos bons o bastante para Deus e através do pecado, nos impedir de ter um relacionamento íntimo com o Senhor. 

Estamos sujeitos às aflições de um mundo caído. Jesus nos deixou avisados que teríamos aflições (João 16:33), que enfrentaríamos situações que poderiam abalar nosso ânimo (entusiasmo, coragem). O “mundo” trabalha para distorcer o caráter de Deus para a humanidade. Muitas pessoas questionam, diante das atrocidades vistas em nossos dias, onde está e o que está fazendo um “deus” tão bom, mas que nada faz para impedir tantas crueldades e injustiças na terra. Infelizmente, tal questionamento não é feito apenas por pessoas que nunca foram alcançadas pelo Evangelho, mas também por pessoas que estão dentro das igrejas, que entregaram suas vidas ao Senhor e têm seus nomes escritos no livro da vida! 

Estamos sujeitos a questionar a bondade e a fidelidade de Deus até que entendamos o propósito da Salvação que nos foi dada em Cristo. A obra do Calvário não foi algo para nos livrar das aflições desta vida, mas sim, da ira vindoura, de uma eternidade sem Deus! A realidade é que nada, nenhum sistema mundano ou maligno pode alterar o caráter de Deus, pois Ele é Bom, Santo, Justo, Fiel, Constante e Seu amor dura para sempre! 

Enquanto estivermos no mundo, lidar com as aflições é uma das certezas que temos, mas porque Jesus venceu o mundo, temos uma outra convicção: Podemos lidar com elas tendo bom ânimo! Ter bom ânimo implica encarar as situações sem perder a coragem e o entusiamo, sem deixar de contemplar a beleza da vida e muito mais, sem perder de vista o lugar que Jesus foi nos preparar, um lugar onde não haverá choro, dor , aflições ou morte (Ap 21:4). 

Quando caminhamos crendo que Aquele que nos chamou faz com que todas as coisas contribuam para o propósito dEle em nós (Rm 8:28), não nos deixamor enganar pela mentira de que Deus não é bom ou não se importa com aquilo que enfrentamos em nossas vidas! 

Quando o diabo não consegue nos separar de Deus pela ideia de que Ele não nos ama, ele trabalha para nos fazer ceder ao pecado. Sabemos que a única coisa que nos separa do Senhor e impede que Seu braço trabalhe em nosso favor é o pecado (Is 59:2). Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu único filho para se reconciliar com a humanidade (João 3:16), Jesus morreu pelos nossos pecados e desfez o que nos separava do Pai. Mas existe hoje algo que Ele não pode fazer por nós: Dizer não ao pecado! Jesus nos libertou do pecado para que fôssemos justiça de Deus (2 Co5:21), mas somos nós que devemos decidir e viver esta liberdade que nos foi dada. 

Precisamos rejeitar ao pecado para não sermos rejeitados por Deus! 


Quando cedemos ao pecado, escolhemos nos distanciar do Senhor. Quando não rejeitamos ao pecado, somos rejeitados (não aceitos, não aprovados) por Deus. É forte mas é real! Justamente pela bondade de Deus Ele nos adverte sobre as consequências do pecado. E principalmente pela separação que o pecado faz entre Deus e o homem é que o Senhor abomina as praticas pecaminosas. 

A vida do cristão deve (ou deveria) ser movida pela constante comunicação com o Pai. Refletindo sobre o principal instrumento de relacionamento com Deus, a ORAÇÃO, podemos perceber o quanto é vital rejeitar ao pecado para permanecermos em comunhão com Deus. 

Vamos ver um texto interessante sobre este aspecto: 

Se eu atendesse ao pecado no coração, o Senhor não me ouviria; mas Deus me ouviu, deu atenção à oração que lhe dirigi. Louvado seja Deus, que não rejeitou a minha oração nem afastou de mim o seu amor! (Salmos 66:18-20) 


É importante lembrar que pecado é tudo aquilo que é contrário ao propósito e vontade de Deus, é errar o alvo. O salmista compreendeu que ao atender (considerar, aceitar) o pecado em seu coração, ele não poderia ser ouvido pelo Senhor, não teria resposta em aproximar-se. Percebemos ainda que o possível afastamento não seria por falta de amor, mas pela presença do pecado! Quando o salmista decidiu não atender ao pecado, foi ouvido e recebeu a atenção que precisava do Pai, e pôde ainda ter sua convicção no amor do Senhor fortalecida: Deus não rejeitou a minha oração nem afastou de mim o seu amor! 

Satanás insiste em no fazer ceder ao pecado porque ele nos separa e impede a nossa comunicação com Deus. O diabo sabe que a oração santifica o cristão, e pela santificação, somos levados a orar mais ainda. 

Não podemos nos aproximar de Deus de qualquer maneira! Precisamos nos aproximar em santidade, sabendo que de fato temos chegado diante dEle! Não devemos ser pecadores lutando para ser santos, mas precisamos ser santos, lutando, rejeitando ao pecado! 

Quando rejeitamos ao pecado e vivemos em santidade estamos cumprindo a palavra. Santidade é algo que envolve todas as áreas de nossas vidas, pois ela deve reger todos os nossos caminhos, partindo do nosso coração. 

Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo. (1 Pedro 1:15-16) 

A palavra de Deus nos instrui a guardar o nosso coração: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida". (Pv 4.23). Ela não diz para pedirmos que Deus o faça, mas é algo que nós devemos fazer. Quando não atendemos ao pecado, não o aceitamos ou permitimos que ele tome nosso coração, estamos de fato guardando o nosso coração! É nossa responsabilidade guardar o coração, e rejeitar ao pecado é uma das maneiras pelas quais podemos guardá-lo! 

Tudo depende do nosso coração. A fidelidade e infidelidade começam nele, na verdade, tudo começa no coração! A escolha de rejeitar ao pecado e viver em santidade ao Senhor começa no coração, quando em oração, adoração e leitura da palavra, somos movidos a buscar a cada dia mais viver a vontade do Criador e Senhor das nossas vidas! 


Que possamos viver de fato REJEITANDO ao pecado PARA NÃO SERMOS REJEITADOS! 


Lembre-se: 

A PERSISTÊNCIA DE SATANÁS EM IMPEDIR QUE OS CRENTES PERSEVEREM NA ORAÇÃO TEM UMA ÚNICA RAZÃO: A ORAÇÃO SANTIFICA O CRISTÃO E A SANTIFICAÇÃO NOS MOVE A ORAR AINDA MAIS!


Em Cristo, Juliana!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Obediência, Uma Atitude Correta e a Cura!


Quando nos deparamos com o livro de João, capitulo nove, podemos aprender algo sobre a falta de visão, ou, uma visão errada de nós mesmos, de Deus, das pessoas e das situações que vivemos. Embora o contexto fale de uma cegueira física e de nascença, gostaria de abordar a cegueira espiritual e emocional que podemos desenvolver em meio a nossa existência.

Todo capitulo fala sobre um homem, cego de nascença, que foi encontrado por Jesus e curado por Ele, mas em meio ao relato deste acontecimento, algumas coisas podem nos mover de lugar, nos alertar quanto a nossa própria falta de visão. Vejamos: 


1- Jesus nos vê nas “cegueiras” da vida (Jo 9:1); 

Sabemos que por sua limitação, era impossível que o cego avistasse Jesus. Mesmo tendo ouvido falar de sua fama, aquele homem não tinha a condição de vê-lO e então ir em sua direção. É interessante ver no verso 1 que Jesus, enquanto passava, “viu” aquele homem. Certamente este “ver” foi muito além do que era óbvio. Jesus viu (examinou, percebeu, notou, conheceu) e não apenas olhou para aquele homem. 

Muitas vezes estamos vivendo situações em que não conseguimos mais ter uma visão alinhada, ver as coisas, as pessoas e o próprio Deus na perspectiva correta. São momentos em que nossa visão distorcida nos faz ser semelhantes a este cego de nascença, e ainda que Jesus esteja diante de nossos olhos, não conseguimos reconhecê-lO. Mas em sua bondade, Ele nos vê em nossa limitação e inicia um processo de restauração e cura muitas vezes longe do que nos parece lógico ou viável, mas que nos mudará de lugar! Jesus usou algo natural, terreno e humano: Cuspi e terra! Mas isso era o ponto de partida para o milagre na vida deste homem. 


2- Algumas coisas que nos acontecem não são juízo, consequência ou castigo, mas uma maneira para que a obra de Deus se realiza em nossas vidas (Jo 9:3); 

Quando enfrentamos uma situação como esta cegueira, uma limitação (da espécie que for) pela qual não possamos nos mover ou viver a vida em sua plenitude, nossa tendência é culpar as pessoas, Deus ou a nós mesmos. Quando Jesus viu aquele homem, os discípulos imediatamente questionaram a razão por ele se encontrar naquele estado. A resposta de Jesus foi tão esclarecedora quanto libertadora: Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele (v.3)! 

Muitas circunstancias que vivemos são frutos de escolhas, atitudes, decisões e comportamentos errados. Mas as vezes uma limitação existe apenas para que a obra de Jesus Cristo, a obra que foi consumada no Calvário, venha se manifestar em nossa existência. Algumas situações são para que nós mesmos e aqueles que estão ao nosso redor percebam e tenham a convicção de que O CALVÁRIO NÃO FOI EM VÃO! 


3- Quando recebemos um comando devemos obedecer! Quando Jesus deseja mudar o nosso estado, há uma responsabilidade, uma atitude que é nossa (Jo 9:7); 

Não temos o relato de um diálogo longo entre Jesus e o cego, mas quando Ele colocou a mistura de saliva e terra nos olhos daquele homem, ordenou que ele fosse ao tanque de Siloé e lavasse os olhos. Percebemos que havia algo entre a cegueira e cura daquele cego: a obediência e sujeição! Aquele homem deveria obedecer ao comando de ir ao tanque e lavar ali seus olhos. 

Podemos aprender algo valioso: As vezes a cura que desejamos depende de obedecermos um comando do Senhor! Havia um lugar específico e uma atitude que determinariam a cura, a restauração daquele homem. Deus normalmente nos sinaliza onde devemos ir, qual o lugar, qual o ponto onde devemos retornar ou alcançar e quais atitudes devemos ter para sermos curados das “cegueiras da vida”. Não bastava ser tocado por Jesus, era necessário ir ao tanque e se lavar! 


4- Um encontro com Jesus, a obediência e uma atitude correta resultam no milagre, na obra que Deus deseja fazer (Jo 9:11); 


Se aquele cego não tivesse obedecido ao comando de ir ao tanque, ou talvez, fosse se lavar em outro lugar, a cura possivelmente não teria acontecido. O cego obedeceu e se moveu ao tanque de Siloé, ali lavou seus olhos e então sua visão foi restaurada.

Não foi apenas o encontro com Jesus que mudaria a história daquele cego, mas sim, obedecê-lo e ter uma atitude correta!


Para vivermos os milagres que Deus tem para nós, ou ainda, vencermos limitações que há tantos anos enfrentamos, precisamos ter um encontro com Jesus (receber daquilo que Ele nos deu na Cruz do Calvário), ir ao lugar que Ele deseja que estejamos (obedecer ao comando), e ter uma atitude correta (fazer aquilo que Ele falou)! 

Devemos nos encontrar com Ele, ir e fazer aquilo que Ele direcionou!



Conclusão:

Por mais perdidos e cegos que estejamos, Jesus, nosso amado Salvador, nos encontra e nos dá um caminho de cura, de restauração para nossa visão. Seja nossa visão emocional (ligada à maneira como enxergamos as pessoas com as quais nos relacionamos), ou, nossa visão espiritual (como vemos a Deus, seus planos e propósitos, sua vontade, nossa visão de reino), precisam ser renovadas e alinhadas de tempos em tempos. 

Não podemos deixar que as circunstancias nos ceguem ao ponto de não reconhecermos Jesus. Mas devemos nos achegar a Ele sempre que detectarmos um simples embaçamento nas vistas, para evitar que a cegueira nos deixe fora de rota, e venhamos nos desviar do propósito ou errar o alvo! 

Algumas coisas podem acontecer para que a obra dEle se manifeste em nossas vidas, e quando nos rendemos diante do Senhor, obedecemos e temos uma atitude correta, experimentamos o milagre, a grande obra que Ele mesmo deseja realizar em nós! 


Em Cristo, Juliana!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Buscando o Sobrenatural

É comum no meio cristão ouvirmos o termo "sobrenatural". Vivemos a busca pelo sobrenatural, mas será que buscamos de maneira correta? Será que existe uma visão distorcida acerca do que é sobrenatural, ou do sobrenatural que realmente faz a diferença para a igreja, para o cristão?

As vezes buscamos estar onde o "mover" é palpável! Queremos ver sinais de que Deus se move no meio da igreja, queremos sentir ("emocionalmente") que O Espírito Santo realmente está agindo no ajuntamento em que estamos. Mas Deus nem sempre se move da maneira em que estamos acostumados ou desejamos. As vezes o arrepio não vem, as lágrimas não descem, as vezes simplesmente não se sente NADA! E são em momentos como esse, em que aparentemente nada acontece, que somos tentados a pensar ou supor que Deus não manifestou Sua glória!

Não apenas em grandes ajuntamento, mas em momentos de intimidade com o Senhor, somos propensos a ideia de que só foram válidos ou efetivos se sentimos alguma coisa! A verdade é que em muitas situações para quais o Senhor mesmo nos levará, não iremos sentir muitas coisas, as vezes nem mesmo sentiremos que Ele está perto de nós! O que precisamos compreender é que a presença de Deus não está vinculada ao sentimento (percepção, sensação), mas à Sua fidelidade! Ele está conosco todos os dias, está perto de nós porque nos prometeu isso em Sua Palavra (Mt 28:20)!  



Podemos mudar totalmente nossa perspectiva do que é sobrenatural começando pelo entendimento do real significado da palavra. Sobrenatural é algo que exige além das forças naturais, algo anormal, acima do natural! 

O sobrenatural se manifesta quando o natural não possui subsídios para uma determinada situação. Quando desejamos e buscamos viver o sobrenatural, podemos esperar por circunstancias que exigirão mais do que a nossa natureza carnal poderá oferecer! Deus anseia nos levar ao sobrenatural que Ele tem disponível para nossa vida diária, muito além de arrepios e ventos!

É o sobrenatural que possibilita uma pessoa destinada a morte, experimentar a cura! É sobrenatural perdoar o cônjuge que agiu com infidelidade, oferecer a outra face aos que nos feriram, perdoar a mãe abandonou, o pai rígido e severo demais, o patrão injusto, o amigo que não se importou, o líder ou pastor que deveriam ter cuidado, a pessoa que deveria ter valorizado, amado e tantas outras coisas que foram ou não realizadas.

Diariamente vivemos situações em que o sobrenatural precisa se manifestar, primeiro em nosso CORAÇÃO, depois, em nossas ATITUDES! 

Tudo aquilo que não é natural do homem, irá precisar do sobrenatural que temos em Deus!

Se olharmos e dependermos da nossa natureza carnal, daquilo que é natural da humanidade, dificilmente poderemos amar, perdoar, ser humildes, mansos, pacientes, doadores, confiáveis, fiéis, amigáveis, justos, santos, e tantas outras virtudes que precisamos para ter uma vida plena.

Não é natural para nós perdoarmos, mas nos vingar quando alguém fere o nosso coração, trai a nossa confiança, age injustamente ou nos engana em algum negócio. Pelo natural queremos vingança e justiça! Então, somente pelo sobrenatural, por algo acima das nossas forças, o poder de Deus em nós, podemos ir contra a nossa própria natureza e perdoarmos! 

Acredito que Deus deseja que vivamos o sobrenatural, individualmente e como igreja. Não apenas momentos em que sentimos, temos sensações boas (arrepios, choro, riso, emoções), mas momentos em que nos levantamos da dor, da decepção, da frustração, do desânimo, da tristeza, das injustiças, das feridas, dos medos, das mágoas e ressentimentos e de maneira sobrenatural, decidimos perdoar, nos humilhar, nos doar, amar, nos alegrar, seguir em frente, não levar em conta! 

Somente pelo sobrenatural conseguiremos amar como Jesus amou, e consequentemente, nos entregar como Ele se entregou ao propósito do Pai. Jesus, mesmo sabendo o pior e o melhor da humanidade, escolheu morrer por ela (João 2:25). A cruz foi algo sobrenatural! 

Não é da natureza do homem perdoar, não levar em conta, se humilhar... Estas são atitudes, decisões que precisam ser geradas pelo SOBRENATURAL, pelo poder de Cristo em nós! Esse é desejo do coração do Pai: Que como filhos dEle, vivamos o sobrenatural de modo que isso afete e mude os lugares em que estamos, os nossos relacionamentos, a nossa caminhada e comportamento! 

Algumas coisas acontecem pela capacidade natural do homem, outras não! As vezes é preciso estar em Deus para que o sobrenatural aconteça, tornando possível aquilo que antes não era!


Buscando viver o SOBRENATURAL, Juliana!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Quem Pode Discernir os Próprios Erros?


Somos muito bons, enquanto seres humanos, em enxergar os erros, as falhas do nossos semelhantes. Mas, será que essa habilidade é tão eficaz quando se trata de enxergar os nossos próprios erros, fracassos e enganos? 

Por mais “humanos” que sejamos, nossa tendência é agir com misericórdia e compreensão diante dos erros que nós cometemos. Mas agimos com crueldade, frieza e até julgamento quando o erro é do outro! Somos tão bons em julgar quanto em nos justificar! A bíblia ilustra com muita propriedade essa nossa conduta, vejamos: 

"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Mateus 7:3 

Passamos muito tempo assim: Tentamos resolver os problemas dos outros por não estar enxergando a gravidade dos nossos! 

Por mais que estejamos andando com vigas nos olhos, em diferentes momentos de nossas vidas, nos deparamos com circunstancias que nos confrontam, ou, nos fazem questionar o que há de errado. Nossos relacionamentos começam a ruir, nosso emprego começa a se tornar enfadonho, começamos a ter crises existenciais, as finanças não andam bem, meus pais, amigos ou namorado não me entendem! (" Aff... Para o mundo que eu quero descer”!) 

Nos perguntamos por que as coisas não funcionam como deveriam. E como os problemas nos cercam de todos os lados, pensamos: Será que Deus é tão bom assim? Se Ele é bom, por que não resolve meus problemas? 

Essas são as primeiras perguntas que começamos a fazer, ainda que no mais profundo do nosso coração. São dúvidas que procuram distorcer a imagem de Deus para então, nos afastar dEle! Se acreditamos que Deus não é bom, não cremos em seu amor provado na cruz, e se não cremos na obra do calvário, perdemos a alegria da salvação! E é exatamente neste lugar que Satanás desejava que chegássemos! 

A realidade é que nos enganamos quanto ao real problema. Pensamos que nossos problemas são as pessoas, nosso emprego, as finanças, a família. Mas o problema, na grande maioria das vezes, é o nosso coração! 


Podemos encontrar alguns textos que no mínimo, nos deixaram alerta quanto ao nosso coração! Vamos ver: 

Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele procedem as fontes da vida, dele depende toda a sua vida. Pv 4:23 

Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias. Mt 15:19 


Tudo começa no coração! As vezes o meu problema não está nas finanças ou nos relacionamentos, mas sim, no orgulho, na amargura, na dureza do meu coração! Os problemas podem ser apenas consequência do “estado” do nosso coração. Eles podem sinalizar em quais áreas precisamos de mudanças! 

Existe um antigo ditado popular que diz: “É melhor prevenir do que remediar”! Isso significa que melhor que resolver os problemas ou solucioná-los, é evitar que eles apareçam! 

A maneira mais eficaz de prevenir, é nos abrindo ao Senhor pedindo que Ele venha sondar o nosso coração, nos provar (experimentar) e conhecer nossos caminhos (comportamentos) - (Salmo 139:23). Quanto mais buscarmos ao Senhor para limpar, curar e transformar nosso coração, nossa buscar por Ele para resolver problemas será menor! 

A bíblia ainda diz algo interessante sobre discernir os próprios erros, vejamos: Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço! (Salmos 19:12) 

Por nós mesmos dificilmente poderemos discernir nossos erros! Por isso essa exposição ao Senhor é tão necessária, para que possamos deixar Deus sondar nosso coração e se algo de errado houver, Ele mesmo nos levará à corrigir e mudar de atitude! 

Como um pai que deseja e acompanha o crescimento de seus filho, Deus deseja que sejamos maduros espiritualmente, que alcancemos a maturidade espiritual para não sermos inconstantes em nossos caminhos. As situações que Deus nos permite viver são os meios pelos quais obteremos este crescimento. 

Cada crítica, julgamentos, desafios, mudanças e problemas que enfrentamos nos darão a oportunidade de buscar mais a Deus e muito mais nos aproximar das pessoas! O contrário também é uma possibilidade, mas que não resultará no mesmo final! Se buscamos mais a Deus em momentos como esses, mais desejaremos estar perto das pessoas e mais conhecimento e maturidade iremos adquirir! 

Mas afinal, quem poderá reconhecer os próprios erros? Aquele que buscar um coração quebrantado (dependente, submisso), humilde o bastante para se colocar diante do Senhor e clamar por misericórdia (não receber aquilo que merecíamos) e perdão até pelos erros que desconhece ter cometido. 

A bíblia diz que o Senhor não resiste a um coração quebrantado, ao humilde, mas resite ao soberbo e orgulhoso! 

Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.(1 Pedro 5:5) 

Que sejamos alvos da graça (receber o que não merecíamos) e não da resistência de Deus!


Em Cristo, Juliana!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

TRÊS PESSOAS, TRÊS ATITUDES E TRÊS RESULTADOS!



Davi, Nabal e Abigail! Três pessoas cujas atitudes foram diferentes produzindo também resultados diferenciados! 


O Capitulo 25 de I Samuel nos disponibiliza muitas considerações importantes e práticas para a vida de todos, principalmente a do cristão! O contexto inicial é a morte de Samuel. Todo Israel chorou, pranteou a morte do profeta, mas para Davi significava algo mais: Era a morte daquele que fora usado para apontar o propósito do Senhor para sua vida, aquele que orava e intercedia por ele, que o aconselhava acerca das perseguições de Saul. Na perspectiva de Davi, morrera aquele que o ungiu para ser rei, antes mesmo dele assumir o reinado! 

É provável que Davi experimentou um sentimento de desconforto. Ainda que Deus mesmo falasse com ele, todos precisamos de vozes humanas que sejam instrumento de Deus para nos orientar, ensinar o caminho em que devemos andar. A bíblia mesmo diz que na multidão de conselhos há vitória (Pv 11:14 e 24:6)! 

O primeiro verso diz que depois que sepultaram a Samuel, Davi foi para o deserto de Maom. Vamos acompanhar alguns versos para extrairmos as lições práticas de cada um deles, reconhecendo três tipos de pessoas que o contexto nos revela! 

A primeira pessoa: Davi! 

No deserto, Davi ficou sabendo que Nabal estava tosquiando as ovelhas. Por isso, enviou dez rapazes e lhes disse: "Levem minha mensagem a Nabal, em Carmelo, e o cumprimentem em meu nome. Digam-lhe: ‘Longa vida para o senhor! Muita paz para o senhor e sua família! E muita prosperidade para tudo que é teu! ’‘Sei que estás tosquiando tuas ovelhas. Quando os teus pastores estavam conosco, nós não os maltratamos, e durante todo o tempo em que estiveram em Carmelo não se perdeu nada que fosse deles. Pergunte a eles, e eles lhe dirão. Por isso, seja favorável, pois estamos vindo em época de festa. Por favor, dá a nós teus servos e a teu filho Davi o que puderes’ ". 1 Samuel 25:4-8 


Podemos ver a bondade nas atitudes de Davi, reconhecer sua prontidão em ajudar as pessoas e o mais importante, a humildade do coração dele. No deserto, ele percebeu algumas necessidades, e como sempre fora favorável, bondoso com aqueles que estavam ao seu redor, esperava a mesma atitude daqueles para quem tinha agido de maneira favorável. Davi seguia um conselho que encontramos em Mateus 7:12: Faça com os outros aquilo que você deseja que façam com você! 

Davi era bondoso (era bom), humilde (respeitoso, desprendido, virtuoso) e manso (calmo, pacífico, brando) de coração! Ele revelou sua bondade e mansidão tratando bem os pastores de Nabal, sua humildade na maneira como enviou seus rapazes a falar com ele. Mais a frente, no verso 32, vemos também que Davi era uma pessoa flexível, que ouvia as pessoas, considerava o que elas diziam e era pronto em mudar de atitude quando elas estavam certas e ele errado (uma virtude pouco encontrada nos dias de hoje)! Mas vamos para a segunda pessoa... 

A segunda pessoa: Nabal! 

Atitudes falam mais que nossas palavras! Vamos ver o que as atitudes de Nabal revelam sobre quem ele era: 

Nabal respondeu então aos servos de Davi: "Quem é Davi? Quem é esse filho de Jessé? Hoje em dia, muitos servos estão fugindo de seus senhores. Por que deveria eu pegar meu pão e minha água, e a carne do gado que abati para meus tosquiadores, e dá-los a homens que vêm não se sabe de onde? " 1 Samuel 25:10-11 

As palavras de Nabal revelam suas atitudes de arrogância, ingratidão. Nabal foi maledicente. Ele foi arrogante quando questionou quem era Davi, ingrato ao não dar de seus mantimentos para aquele que havia sido bondoso para com os servos dele, e maledicente ao acusar Davi de fugitivo! Nabal bem conhecia quem era Davi, pois ele mesmo diz “filho de Jessé”. Naquele momento em Israel, dificilmente alguém desconhecia o possível reinado de Davi. 

O verso 17 diz como Nabal era vil, irredutível, como ele não sabia ouvir as pessoas, como era inacessível. O verso 36 nos fala que ele era dado ao vinho, a embriaguez. Algumas atitudes que revelam a pessoa má, ingrata, arrogante e dissoluta que ele era! 

A terceira pessoa: Abigail! 

Quando Abigail viu Davi, desceu depressa do jumento e prostrou-se perante Davi, rosto em terra.Ela caiu a seus pés e disse: "Meu senhor, a culpa é toda minha. Por favor, deixa a tua serva lhe falar; ouve o que ela tem a dizer. Meu senhor, não dês atenção àquele homem mau, Nabal. Ele é insensato, conforme o seu nome significa; e a insensatez o acompanha. Contudo, eu, tua serva, não vi os rapazes que meu senhor enviou. 1 Samuel 25:23-25 


Abigail! Mulher sabia, respeitada pelos servos de seu esposo de uma determinação e coragem notáveis. Do verso 14 ao 32 encontramos as atitudes que revelam a mulher sabia, humilde e corajosa que Abigail era. O verso 34 diz que ela se apressou em fazer algo que mudasse o curso dos acontecimentos. Mas o verso 31, revela que a motivação dela não era livrar apenas sua vida, menos ainda a de seu marido, ela agiu na intenção de livrar Davi! Abigail foi um instrumento de Deus para mudar o coração do futuro rei de Israel. Davi não podia contar com os conselhos de Samuel, mas Deus estava provendo recursos, pessoas necessárias para não deix-alo erra no caminho! Abigail foi uma pessoa que teve sabedoria para agir, humildade em se aproximar de Davi, coragem em atrair a culpa para si mesma, e o mais precioso, a motivação certa! 


Reconhecemos as três pessoas e podemos agora enfatizar suas atitudes! 

Davi foi bondoso, humilde, acessível e pronto a mudar sua atitude! Não vingou a si mesmo! 

Nabal foi mal, ingrato, egoísta, arrogante e obstinado! 

Abigail apaziguou, impediu Davi de cometer um erro. Foi sabia, humilde e corajosa! Foi rápida em fazer o que deveria ser feito, não ficou protelando! 


Diante das ATITUDES podemos considerar os resultados que elas produziram para cada um deles! 

Os resultados de Davi: 

Cerca de dez dias depois, o Senhor feriu a Nabal, e ele morreu. Quando Davi soube que Nabal estava morto, disse: "Bendito seja o Senhor, que defendeu a minha causa contra Nabal, por ter me tratado com desprezo. O Senhor impediu seu servo de praticar o mal e fez com que a maldade de Nabal caísse sobre sua própria cabeça". 1 Samuel 25:38-39 

Deus feriu aquele que o desprezara. Davi não fez justiça as próprias mãos, não vingou a si mesmo, e o resultado foi que o Senhor defendeu a sua causa! 



Os resultados de Nabal: 

Quando Abigail retornou a Nabal, ele estava dando um banquete em casa, como um banquete de rei. Ele estava alegre e bastante bêbado, e ela nada lhe falou até o amanhecer. De manhã, quando Nabal estava sóbrio, sua mulher lhe contou todas essas coisas; ele sofreu um ataque e ficou paralisado como uma pedra. Cerca de dez dias depois, o Senhor feriu a Nabal, e ele morreu. 1 Samuel 25:36-38 

As atitudes e a vida de Nabal o levaram a morte! 


Os resultados de Abigail: 

Então Davi enviou uma mensagem a Abigail, pedindo-lhe que se tornasse sua mulher. Abigail logo montou num jumento e, acompanhada por suas cinco servas, foi com os mensageiros de Davi e tornou-se sua mulher. 1 Samuel 25:39,42 

As atitudes de Abigail lhe garantiram um lugar junto ao futuro rei! Davi a escolhera não apenas por reconhecer o quanto sua atitude foi importante para livrá-lo de fazer o mal, mas também pela prontidão dela em servir, e muito mais por servir com a motivação correta: Ver o propósito de Deus estabelecido! 


O que aprendemos: 


1- Que Deus procura por pessoas bondosas, mansas e humildes para colocar em posições de autoridade. Ele deseja usar pessoas que saibam ouvir as outras e mudar de atitude quando estiverem erradas, pessoas de quem as outras possam se aproximar! 

Não estaremos isentos de lidar com a ingratidão das pessoas, mas devemos nos lembrar que a vingança é do Senhor. Não podemos deixar que as atitudes de outros nos deixem uma “má impressão” no coração (Meu senhor, agora não faça este homem vil, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome - v.25). Algumas pessoas irão nos ferir ao ponto de interferir em nossas próprias reações, mas há sempre uma escolha: Pagar o mal com o mal, ou pagar com o bem! (Lucas 6:35) 

Devemos confiar em Deus e em sua palavra que diz: Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo SENHOR, e ele te livrará. Pv 20:22! 

Seja qual for a ingratidão ou injustiça, Deus nos defenderá se deixarmos que Ele seja Deus! Quando a bíblia diz para perdoarmos aos que nos devem, devemos perdoar aos homens por aquilo que nos devem, seja essa dívida emocional, espiritual ou material! Algumas pessoas devem dinheiro às outras, outras devem amor, atenção, respeito, reconhecimento, valorização, explicações e até mesmo um pedido de desculpas! Mas, independente da origem da dívida, devemos perdoar nossos devedores! 

Uma pessoa amargurada não pode nos deixar amargurados, a insensível, não pode nos fazer semelhantes a elas. Devemos vencer o mal com o bem! 


2- Não podemos ser pessoas inacessíveis como Nabal. Pessoas que não escutam as outras, obstinados, arrogantes, orgulhosos e ingratos. Devemos atentar para aquilo que as pessoas ao nosso redor esperam de nós e sermos favoráveis a elas! Mais do que tudo, a bíblia diz que nossa dívida com as pessoas está no amor em que devemos lidar com elas! Amar é retribuir, reconhecer, ajudar, emprestar sem esperar retorno, e o mais importante: ouvir e considerar! 


3- Aprendemos que algumas atitudes não devem ser proteladas ou tomadas com motivações erradas! Devemos ser pessoas que sabiamente decidem mudar o curso dos acontecimentos, pessoas zelosas pelo cumprimento da vontade de Deus. A ausência de algumas atitudes nossas resultam em morte, erro e engano! Algumas situações dependem de uma atitude nossa para mudarem! Os propósitos de Deus são estabelecidos por pessoas que se prontificam em agir a favor do reino! 

A bíblia diz que mais que felizes são os pacificadores (Mt 5:9), e os bons resultados são para aqueles que semeiam a paz! 



De tudo que podemos aprender com estes três tipos de pessoa, o mais importante é: Ser bondoso, não ser ingrato e ser rápido em fazer o que deve ser feito! 

Precisamos oferecer do melhor que temos para as pessoas que estão ao nosso redor, não ser ingratos aos que foram bondosos e amáveis conosco, e ainda que algumas pessoas não reconheçam o bem que fizemos a elas, não devemos vingar a nós mesmos! Precisamos agir sempre em favor dos planos do Senhor, ter uma motivação certa! As escolhas, atitudes e a pessoa que decidimos ser, revelam quais resultados teremos em nossa caminhada! Escolha certo! Seja segundo o coração de Deus!


Em Cristo, Juliana!


sexta-feira, 23 de março de 2012

O Preço do Discipulado

Quando falamos em "preço", sabemos que se trata de um valor, um custo, uma quantidade a ser paga. Já o "discipulado" implica em aprendizado! Precisamos compreender que o discipulado requer um investimento do discípulo. Existe um preço para que se possa alcançar um aprendizado efetivo no reino de Deus. Existe um custo em ser discípulo do maior mestre de todos os tempos: Jesus Cristo! 

Em Lucas 9: 57-62, encontramos três pontos interessantes acerca do preço de um discipulado genuíno, vejamos:


Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: "Eu te seguirei por onde quer que fores".
Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça".



A outro disse: "Siga-me". Mas o homem respondeu: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai". Jesus lhe disse: "Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus".


Ainda outro disse: "Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e me despedir da minha família". Jesus respondeu: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". 



Cada verso nos reporta ao preço, ao custo, aos valores básicos que deverão ser investidos em um discipulado. Vejamos separadamente cada um deles:

1- O preço da "Instabilidade Física" - Quando o primeiro homem que se aproximou de Jesus expressou seu desejo de segui-lo, deixou exposta também sua disposição de segui-lo por qualquer lugar que Jesus fosse. Sendo assim, a resposta do Senhor revela que muito além de ir de um lugar para o outro, não havia a estabilidade de um lugar próprio. Jesus inicia o possível discipulado propondo a certeza de não ter lugar algum para "reclinar a cabeça". Mais difícil que compreender a realidade de João 3:8  (o vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito), era seguir alguém que não oferecia ou garantia um espaço físico seguro. 

A primeira lição do discipulado daquele homem, e também a lição que deve fazer parte do nosso aprendizado era:  Não basta estar disposto a mudar de lugar quantas vezes seja necessário, é preciso estar disposto a não ter um lugar algum! 

2- O preço de "Não enterrar os mortos" - Através do segundo homem, podemos reconhecer o propósito primordial do discipulado: A proclamação o reino de Deus! Jesus não condenou o sepultamento dos mortos, mas estava ensinando uma lição muito preciosa para todos quanto desejam segui-lo: Onde deve estar nosso investimento, nossos esforços! 

Sepultar o pai naquele momento iria esvair uma força, um esforço, um preço que iria desqualificá-lo como anunciador do reino, que iria fazê-lo falhar em sua missão. Como seguidores, como discípulos de Jesus, devemos atentar para esta coordenada do mestre: deixar os mortos enterrar os mortos! Onde temos investido os diversos recursos que temos? Onde temos despendido nossos esforços? 

Nosso maior investimento, nossos esforços, devem estar centralizados no propósito de Deus. Assim como enterrar o pai iria desfocar o rapaz, e investir e nos esforçar em "coisas mortas", irá nos desviar do plano, da missão do Senhor para nós! Precisamos deixar que aquilo que morreu seja enterrado por si só, e não despender nossas forças e habilidades buscando algo, um tempo que vivemos, ou até mesmo, pessoas que foram afastadas de nós por um motivo qualquer. 

Aceitar que algumas "coisas", ainda que tão importantes, agora fazem parte de um passado que deve ser deixado para trás, nos permitirá seguir em frente. Por mais dolorido que seja, precisamos virar a página e partir para o novo desafio, o cumprimento  do propósito pelo qual nos submetemos ao aprendizado: o estabelecimento do Reino de Deus!

3- O preço do "Desapego"- Desapego implica em desprendimento. A terceira pessoa que ansiava tornar-se um discípulo de Jesus, desejava também ter um pouco mais de tempo, uma ultima oportunidade de estar com seus familiares, com aqueles que lhes eram precisos. 

O coração desta terceira pessoa se revela divido entre o desejo de seguir ao mestre e fazer sua vontade, e o apego (ligação, agarramento, afeição, estar cativado) ao que era familiar, precioso. 

Uma das lições mais difíceis para alguns de nós será justamente esta:  O desapego (desprender, desgrudar, largar e até ser indiferente)! Deixar para trás o que morreu, desprender do que não existe mais, por mais doloroso que seja,  ainda é mais fácil. Porém, desprender, soltar, ser indiferente com aquilo que é precioso e ainda existe, requer renúncia, determinação e uma convicção inabalável que muito mais do que foi deixado para trás, nos será acrescentado adiante! 


As palavras com as quais Jesus encerra o assunto são duras, mas revelam uma grande realidade: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". 
Enquanto não estivermos dispostos, prontos a pagar o preço tão elevado do discipulado, não estamos aptos (capazes, habilitados) para o Reino, para cumprir os propósitos! 




É humano e natural almejarmos estabilidade, um lugar, um espaço que é nosso.  Mas, ser discípulo é ter a certeza, a garantia de estar sempre ao lado do mestre, ainda que aparentemente, não se tenha lugar algum para repousar a cabeça, recursos para atingir os alvos, espaço para executar os projetos. 


Jesus nos prometeu preparar um "lugar"(João 14:2,3), e Deus tem lugares para ocuparmos na terra também, porém, nosso único espaço garantido, não está aqui, mas em nossa pátria celestial, no céu! E é por este motivo que devemos nos alegrar!



Podemos chorar, lamentar, expressar a dor de tantas perdas que temos pelo caminho, mas não podemos deixar que a dor nos paralise. Não podemos investir nossos esforços, despender nossas forças naquilo que Deus designou como parte do nosso passado! Nossas energias e  habilidades devem estar focadas em cumprir o propósito, a vontade de Deus para nós no tempo que se chama HOJE! Viver investindo no passado implica em débitos, dívidas com o futuro! 

É imprescindível que creiamos, que por mais belo e precioso que seja aquilo que tenhamos deixado para trás, não  poderá ser comparado com aquilo que Deus nos dará se seguirmos em frente! Devemos aprender a arte do desprendimento, pois este é o componente principal de um aprendizado efetivo! O desapego se torna menos doloroso enfrentado na perspectiva desta promessa:

"Em verdade vos digo que não há ninguém que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher ou filhos, ou terras, por causa de mim e do evangelho, que não receba cem vezes mais agora neste tempo… e no século vindouro a vida eterna" (Mar. 10:28-30).

Se desejamos ser aptos para o reino, devemos estar convictos desta verdade! Foi por existir um alto preço há ser pago que o chamado de Jesus era para quem quisesse segui-lo. As palavras dEle eram bastante esclarecedoras, e gostaria de encerrar com elas:


Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Marcos 8:34-35 



O perder na perspectiva do Reino sempre resulta em bons resultados, em um lucro permanente! Quando estamos dispostos a perder nossas vidas, estamos aptos ao reino, preparados para pagar o preço do discipulado!


Buscando estar apta para o Reino, Juliana!


sábado, 3 de março de 2012

A visão correta do amor e da correção de Deus



Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho 
Hebreus 12:6 

Todos gostamos de ouvir acerca do amor de Deus, da escolha dEle em nos tornar seus filhos e herdeiros, a segurança de termos um pastor cuja fidelidade dura para sempre e por isso, nada nos faltará, pois Ele nos ama! Relacionamos tudo que somos e temos de bom ao fato de que o Senhor nos amou de tal maneira, que entregou seu único filho para que não mais perecêssemos. 

 Sendo assim, o amor de Deus nos isenta de perecer, sofrer, sucumbir diante da dificuldades da vida, certo? Errado! Jesus foi entregue por nós para que não viéssemos a perecer em uma eternidade sem o Criador, mas isso não nos isenta das aflições deste mundo, pois Ele mesmo nos deixou claro em João 16:33: “No mundo tereis aflições, mas tenham bom ânimo, Eu venci o mundo”. 


Percebemos então, a necessidade de um ajuste quanto a visão do amor e da correção do Senhor. Conforme o texto acima, o Senhor nos corrige porque nos ama, e açoita aquele que recebe como filho. Imagino que temos muita resistência a ideia de um Deus açoitador, que nos corrige quando erramos. Mas, se obtivermos a ótica correta da correção e do amor do Senhor, será libertador e encorajador enfrentar a correção acerca de nossos comportamentos, atitudes, pensamentos e sentimentos errados. 

Algumas coisas que precisamos discernir sobre o amor e a correção de Deus: 

1- A correção acontece porque o amor existe: Deus não nos corrige por falta, mas pela existência de seu amor por nós, a correção é uma das provas do amor do Pai. Se estamos sendo corrigidos, é porque Ele nos ama e deseja nos conduzir de modo que possamos viver os propósitos dEle. 

2- A correção, os açoites, são a prova de um Deus zeloso, um Pai presente na educação de seus filhos. Quando nos corrige ou açoita, está vislumbrando uma mudança de atitude, ou qualquer coisa que precisa ser corrigida, para que possamos experimentar o melhor que Ele tem reservado para nós, para que possamos usufruir de sua herança. 

Hebreus 12: 7-8, ainda revelam algumas condições para a legitimidade dos filhos de Deus, veja: 

Se suportais a correção, Deus voz trata como filhos; Mas se estais sem disciplina, da qual todos são participantes, sois bastardos e não filhos. 

Existem dois fatores merecedores de atenção: O primeiro é que se suportamos a correção, somos tratados como filho. O outro, é que enquanto filhos, todos seremos participantes da disciplina, mas, se a recusarmos e decidirmos não participar dela, somos bastardos e não filhos. 

A legitimidade de nossa filiação celestial está em aceitarmos e suportarmos a correção! 

A realidade é que as correções não se apresentam como motivo de alegria, mas de tristeza, como está escrito nos versos seguintes. Porém, produzem bons frutos, resultados, para quem se permite ser moldado por elas. 

Por mais dolorosa que seja a correção do Senhor, por mais tristes que possamos ficar, precisamos aceitar e suportar a correção, e há algo ainda essencial: Não desmaiar (perder os sentidos, a cor, sentir-se mal) diante da repreensão de Deus! Veja também o que está escrito em Hebreus 12:5 sobre desprezar a correção e desmaiar diante da repreensão: 

E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; 

Devemos estar atentos para não desprezar a correção, mas também, para não desmaiar quando formos repreendidos pelo Senhor. As vezes, percebemos a correção batendo à porta do nosso coração, e como a bíblia diz, não temos alegria ao inicio, pois ainda não entendemos qual será o fim de todo processo de correção, de poda do Senhor. Não acreditamos que Deus nos corrige porque nos ama, e limpa a árvore que deseja fazer frutificar mais ainda. Sendo assim, nos deixamos vencer pela tristeza de sermos podados, corrigidos, castigados, por sermos privados de alguma coisa devido ao nosso comportamento errado. 

O período de correção é perigoso pois nele somos tentados a desfalecer, a desmaiar. A repreensão não tem o propósito de nos fazer desmaiar, por isso Deus nos alerta para não desmaiarmos, não perdermos os “sentidos” ou a “cor”. Imagino que quando desmaiamos na fé, nossos sentidos espirituais são afetados assim como os físicos, quando nosso organismo enfrenta um estresse rígido. 

O desmaio espiritual pode implicar a perda do nosso sentido de propósito: perdemos o foco da vontade do Senhor para nós, nossa visão de Deus e nossa identidade são distorcidas, deixamos de ouvir ao Senhor, de enxergar na perspectiva dEle, e passamos a falar palavras que não deveríamos (murmurar, caluniar,praguejar). 
Podemos também perder a “cor”, ou seja, perder a motivação, a alegria, a expectativa e até a certeza de que Deus é bom, nos ama e cuida de nós! A visão acerca de nossa existência, do chamado, da eternidade se tornem cinzentas, escuras e sem vida! Nos sentimos mal, desconfortáveis e desesperançados. 

Os desmaios durante a correção à qual somos submetidos podem ser fatais em nossa caminhada. Se não compreendermos o objetivo da correção (que possamos frutificar ainda mais) e perceber que ela é a prova do amor de Deus, podemos acreditar na mentira mais antiga da história da humanidade: Que Deus não ama, não se importa e não cuida dos seus!

Devemos estar convictos de duas verdades quando exposto às correções: 

A primeira: Todos os filhos são participantes da correção, e ela é a prova de que somos amados por Deus. A boa obra estará sendo completada dia após dia, ninguém ficará isento, todos estamos em obras! (Fl 1:6)

Segunda verdade: O processo da correção possui três etapas: Aceitar (não desprezar), suportar (participar da disciplina) e Não desmaiar (não perder os sentidos e a cor, não nos sentirmos mal), mas em cada uma delas, a graça do Senhor está sempre presente! 

Durante as etapas das correções que enfrentamos, devemos nos lembrar de um verso muito preciso da palavra de Deus, Romanos 8:28:

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Amamos ao Senhor porque Ele nos amou primeiro, fomos chamados segundo o Seu propósito! Os pensamentos dEle são mais elevados, e em Seu amor que dura para sempre, faz com que todas as coisas contribuam para o bem que desejamos experimentar!



Buscando a visão correta do amor e da correção do Pai, Juliana!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Escolhido e Nomeado Para Frutificar


Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda. João 15:16 


Preciso expressar minha admiração ao Senhor, pela habilidade de nos tocar profundamente por meio de sua palavra. Poética, inteligente, mas também cortante como uma faca de dois gumes, doce ao paladar a Palavra de Deus. 


Fico maravilhada pela maneira como Deus deixou em sua palavra detalhes e segredos a serem desvendados, como podemos extrair lições valiosas se atentarmos minuciosamente à palavra. 



O verso de João 15 exemplifica minhas pontuações acima. Se não formos minuciosos, não enxergaremos que existem duas palavras confirmando um só propósito. Deus diz que fomos escolhidos e nomeados para que pudéssemos dar fruto! 

Aparentemente escolher e nomear tem a mesma função, mas, olhando no significado das palavras, percebemos uma grande diferença. Veja: 

Escolhido = selecionado, eleito, preferido. Ou seja, Deus nos selecionou entre muitos, preferiu por nós, nos elegeu. Quando há uma oportunidade de escolher, significa que existem opções, e entre as opções que Deus possuía, ele preferiu que fôssemos eu e você! 

Nomeado = designado, indicado para um cargo. Ao nos nomear, Ele nos qualificou para ocupar um cargo, um lugar! Ele escolheu por nós e então nos indicou, nos designou para uma função: Produzir Frutos! 

Muitas vezes somos enganados, ou, como a própria Bíblia expressa, somos atraídos e engodados pela nossas concupiscências. Acreditamos que sermos escolhidos implicará ocupar grandes lugares desejados pelo coração humano, alcançaremos posições, poder, influencia e seremos melhores por isso. Associamos o frutificar, ter sucesso, a uma posição ou um lugar que ocupamos. Não poderíamos estar mais longe da realidade do Senhor. 

Apesar do verso expressar que aquele que foi escolhido, é nomeado, ou seja, designado para um cargo afim de que produza fruto, frutificar não depende da pessoa escolhida ou nomeada, mas dAquele que escolheu e fez a indicação para o cargo. 

Vivemos tempos em que a mentalidade mundana conseguiu disseminar muitos dos seus princípios dentro da Igreja, princípios que tem sido norteadores de muitas condutas eclesiásticas. Mas precisamos trazer à memória as linhas norteadoras do Reino de Deus: A Palavra! 

Nunca foi tão urgente despertar a Igreja para o conhecer a o praticar da Palavra do Senhor. Precisamos nos lembrar das sábias palavras de Jesus, quando seus discípulos disputavam acerca de quem era o maior entre eles: Se alguém quiser ser o primeiro, será o ultimo e servo de todos. 


Esse texto, em Marcos 7:33-35, revela a pedra de tropeço de quase toda, senão, de toda humanidade: a necessidade reconhecido, de ser o maior ou supor que pode fazer algo por si mesmo. A velha e conhecida “mania de grandeza” do homem. 

Muitos líderes preferem não confrontar quando se deparam com esta fraqueza nas igrejas, mas Jesus, enfrentou a razão com seriedade: Ele chamou, questionou, e assentando-se (parando para ouvir o que eles não disseram , conhecer o que estava no coração, tratar e corrigir o comportamento) confrontou acerca do erro e lhes deu a instrução de qual sentimento e atitude eram corretos. 

Quando entendemos que ser escolhido e nomeado para frutificar implica ser ramo ligado à videira, percebemos que Deus não nos designou para sermos músicos, mestres, intercessores, pregadores, evangelistas ou qualquer outro cargo em si, Ele nos chamou para sermos ramos, para estarmos e permanecermos nEle. 

O propósito é frutificar, para isso o Senhor te escolheu,  mas o cargo, o lugar em que devemos estar, é aos pés de Jesus, nos braços do Pai. Não há nada que possamos fazer sem o Senhor ou distantes do dEle. Se consideramos necessários os títulos e posições, estamos sujeitos  a nos mover sem Deus, podemos até produzir algo, mas certamente não serão frutos permanentes, pois só permanece o que procede do Senhor, e não de nós mesmos!

Deus não nos escolheu e nomeou para um cargo, um título que até mesmo nos roube de Sua presença. Ele nos chamou para prosseguir em conhecê-lO, para sermos discípulos dEle e nEle, produzirmos muitos frutos! 

Não podemos deixar que ministérios, títulos, posições, relacionamentos, comodidade e conforto (seja da espécie que for), nos distraia do chamado e privilégio mais preciso que temos: De sermos filhos de Deus e desfrutar de Sua intimidade! 

Jesus não morreu na cruz para nos lançar nas calçadas da fama, Ele foi levantado no madeiro para que todos fossem atraídos a Ele! Corra para Jesus! Ele é o Lugar para o qual fomos indicados e qualificados, pela sua própria morte, para ocupar!

Buscando permanecer nEle e frutificar, Juliana!